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quarta-feira, 24 de julho de 2013

É possível haver comunhão entre duas pessoas?

O que vocês entendem pela palavra “compartilhar”? Posso partilhar com vocês uns poucos francos, uns poucos objetos que possuo — camisas, calças, um quarto excedente. Posso compartilhar, verbalmente, uma certa experiência, contar-lhes os meus sofrimentos, as tribulações pelas quais passei, os belos espetáculos que presenciei. Assim, onde acaba e onde começa o compartilhar? Amamos nossa mulher, nosso marido, nossos filhos, nossa família, nosso próximo — oh, não, não amamos nosso próximo. Ainda que gostemos de dizer que amamos o nosso próximo, e os sacerdotes apregoem em altos brados, todo santo dia, o amor ao próximo, tudo são palavras ocas, porque estamos em competição com o nosso próximo, a destruí-lo economicamente, a mata-lo na guerra. Digo que amo minha família. Mas compartilho com ela alguma coisa a não ser certos bens e objetos? Entendem? Posso partilhar com outrem meu sofrimento, minha aflição? Poderei relatá-los, e o outro poderá tocar-me no ombro, tomar-me da mão e dizer: “Lamento, meu caro, que você esteja passando por tamanhas tribulações” — mas, tenho alguma possibilidade de dividir com outrem as minhas agonias e ansiedades?

Já compartilharam com outra pessoa alguma coisa? Compreendem? Quando é que realmente comungamos com outrem — não financeira ou verbalmente, nem por meio de ideias ou troca de ideias, de argumentos — quando é que estamos realmente abertos para outrem, não verbalmente ou pela mera participação em certas coisas, porém realmente abertos? Ora, por certo só podemos participar de alguma coisa com outrem, comungar com outrem, quando existe amor. Mas — um momento! Essa palavra  — “amor” — tem tantos significados, para tantas pessoas diferentes! Não desejo examinar, agora, a fundo, este assunto por demais complexo. Vejam, não podemos estar participando em alguma coisa realmente — isto é, sem ser verbalmente, nem dando ou recebendo coisas — a não ser que, a respeito delas, nos achemos, de parte a parte, no mesmo grau de intensidade, no mesmo nível e ao mesmo tempo. De outro modo, não existe comunhão, quer dizer, nada temos para compartilhar, a não ser coisas, palavras, explicações, conhecimentos ou experiências insensatas. Isso não é compartilhar.

É possível tal comunhão entre duas pessoas? Podemos tê-la, vocês e eu? Vocês não me conhecem, e eu não os conheço. Vocês podem conhecer sua esposa ou marido, mas duvido disso. Conhecer outrem implica muita coisa. Podemos ambos viver algumas horas ou mesmo um só minuto, num estado de alta intensidade e pressão — na mesma profundidade e a um só tempo? Só então há comunhão, co-participação. Do contrário, o que há é mera troca, transação mercantil, ou mera sentimentalidade ou emocionalismo, inteiramente despido de significação. A comunhão não exige emocionalismo nem sentimentalismo, porém, um estado de espírito em que as duas partes, nós estejamos sérios, intensos, vivos. Então, já não existe a questão de compartilhar alguma coisa a outrem. Uma flor não “compartilha” comigo nem com vocês a sua beleza e o seu perfume. Ela está lá — para todos a verem e cheirarem.

Krishnamurti – O descobrimento do amor  

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill