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domingo, 2 de junho de 2013

Queremos filhos adaptados; não revolucionários

Pergunta: tenho um filho que me é muito caro e vejo que ele está sujeito a muitas influências perniciosas, tanto em casa como na escola. Que devo fazer?

Krishnamurti: Todos somos o produto, não de uma dada influência, porém de muitas influências contraditórias, não é verdade? E o interrogante deseja saber como impedir que o filho fique sujeito a influências perniciosas, tanto em casa como na escola. Ora, sem dúvida, o problema é muito mais complexo do que apenas encontrar uma maneira de resistir às mas influências. O que nos cabe considerar é o "processo" total da influência, não achais? Afinal de contas, todo estudante está invariavelmente exposto a numerosas influências, tanto boas como más. Existe não apenas a influência doméstica e a influência da escola, mas, ainda, a influência das coisas que lê, das coisas que ouve, do clima, da espécie de alimento que toma, da religião e da cultura em que está sendo educado. Ele constitui a soma, o total dessas influências, tal como vós e eu, e não podemos rejeitar algumas delas e conservar outras. O que podemos fazer é apenas observar todas estas influências e averiguar se a mente pode viver livre delas. Entretanto, infelizmente, no presente estado de coisas, nossa educação é um processo de impor ao estudante as supostas influências boas. Esta é uma parte da questão. A outra parte é o "processo" de encher a mente do estudante de conhecimentos, para que passe nos exames, acrescente algumas letras ao nome e obtenha um emprego. É só isso que nos interessa, atualmente, na chamada educação. 

Mas, a educação correta é cosia muito diferente, não achais? Não é apenas questão de proporcionar ao estudante conhecimentos técnicos que o habilitarão a obter emprego, mas é também preciso ajudá-lo a estar cônscio de todas as influências e não se deixar prender por nenhuma delas. Para assim fazer, precisamos de uma mente em bom estado, e uma mente "em bom estado" é aquela que está aprendendo, e não aquela que aprendeu; porque, quando a mente está acumulando, deixou de aprender. A instrução é, então, uma coisa do passado e, assim sendo, está detida a investigação. 

Que é pois a educação correta? É uma simples definição, colhida num livro, ou um constante processo de compreensão das numerosas influências que assaltam a mente, para que ela seja livre desde o começo e, portanto, capaz de investigação? Certo, a mente que é capaz de verdadeira investigação, está sempre aprendendo; não é um mero depósito de conhecimentos. Qualquer pessoa que saiba ler, pode colher conhecimentos numa enciclopédia. Conquanto seja evidentemente necessário, na educação, transmitir conhecimentos técnicos para que o estudante possa, mais tarde, obter um emprego, na atualidade é unicamente isto o que interessa à maioria dos pais. Querem que os filhos se preparem para alcançar uma boa posição na atual estrutura social, que o ensinem a ajustar-se a esta sociedade baseada na avidez, na inveja, na ambição. Desejais que vosso filho se adapte a esta estrutura, não desejais que ele seja um revolucionário. E assim sendo, temos esta pretensa educação, que só o ensina a ajustar-se, imitar, seguir. Mas não será possível aos que amam realmente os seus filhos, ajudá-los a compreender as múltiplas influências da sociedade, da civilização em que nasceram, para que, quando cresçam, não se deixem ajustar ao padrão de uma certa cultura mas, sim, criem sua sociedade própria, uma sociedade livre da inveja, da ambição, da avidez? Por certo, só tais pessoas são verdadeiramente religiosas. A revolução tem de ser religiosa, e não puramente econômica. Religião não é aceitação de um certo dogma ou tradição ou de um suposto livro sagrado. Religião é investigação, para descobrir o Desconhecido. 

Krishnamurti — Da solidão à plenitude humana - ICK

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill