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domingo, 26 de maio de 2013

Você acredita em Deus?

Pergunta: Você acredita em Deus?

Krishnamurti: É fácil fazer perguntas, e é muito importante saber fazer perguntas corretas. Na pergunta em apreço, as palavras “crer” e “Deus” me parecem muito contraditórias. O homem que simplesmente crê em Deus nunca saberá o que é Deus, porque sua crença é uma forma de condicionamento — e isso é bastante óbvio. No cristianismo, vocês são ensinados desde pequeninos a crer em Deus e, portanto, vossa mente está condicionada desde o começo. Nos países comunistas, a crença em Deus é considerada puro disparate, e isso lhes causa horror. Vocês desejam convertê-los, e eles desejam lhes converter. Eles condicionaram sua mente para não crer, e vocês os chamam “os sem Deus”, enquanto vocês se consideram como tementes a Deus, etc. Não vejo, porém, muita diferença entre vocês e eles. Vocês podem frequentar a igreja, rezar, ouvir sermões, ou executar certos ritos, e aí encontrarem um certo estímulo; mas nada disso, por certo, constitui a experiência do “desconhecido”. E pode a mente experimentar o desconhecido, qualquer que seja o nome que lhe dermos — pois o nome não tem importância? Essa é que é a questão — e não a de crer ou de não crer em Deus?

Pode-se ver que nenhuma forma de condicionamento libertará a mente, em tempo algum; e que só a mente livre pode descobrir, experimentar. O experimentar é uma coisa muito estranha. No momento em que vocês sabem que estão experimentando, cessa a experiência. No momento em que sei que sou feliz, já não sou feliz. Para se experimentar aquela realidade imensurável, o “experimentador” deverá morrer. O “experimentador” é um resultado do conhecido, de muitos séculos de memória cultivada; ele é um acúmulo das coisas que experimentou. E, assim, quando diz: “Preciso experimentar a realidade”, e se torna cônscio dessa experiência, então o que ele experimentar não é a realidade, porém, uma projeção de seu próprio passado, seu próprio condicionamento.

Por isso é tão importante compreender que “pensador” e “pensamento”, ou “experimentador” e “experiência”, são uma só coisa; não são coisas diferentes. Quando existe um “experimentador” separado da “experiência”, aquele está, então, sempre buscando mais experiência; mas, cada experiência é sempre uma “projeção” dele próprio.

A realidade, pois, o estado atemporal, não pode ser encontrado pela mera verbalização ou aceitação, ou pela repetição do que se ouviu dizer — pois isso é absurdo.  Para descobrir, realmente, é necessário compreender a fundo essa questão do “experimentador”. Enquanto existir “eu” a desejar experimentar, não haverá experiência da Realidade. Eis porque o “experimentador” — a entidade que busca a Deus, que crê em Deus, que ora a Deus — deve deixar de existir, completamente. Só então surgirá aquela Realidade imensurável.

Krishnamurti — Verdade Libertadora — ICK  — 25 de junho de 1956

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill