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terça-feira, 21 de maio de 2013

Sobre a busca da Real Felicidade


Pergunta: Existe felicidade real? Pode alguém descobri-la, ou nossa busca de felicidade é uma ilusão?

KRISHNAMURTI: Em meu sentir, se buscamos a felicidade, nossa vida se torna muito superficial. A felicidade, afinal de contas, é algo que vem a nós, um resul­tado adicional, um acréscimo; quando perseguimos a feli­cidade, ela se nos esquiva, não é verdade? Se uma pessoa se torna cônscia de ser feliz, já não é feliz. Quando sabe­mos que estamos contentes, nesse mesmo momento dei­xamos de estar contentes. Não sei se já o notastes. É como um homem estar cônscio de sua humildade; esse homem, por certo, não é humilde.

Penso, pois, que não se pode buscar a felicidade, as­sim como não se pode buscar a paz. Se se busca a paz, a mente se torna estagnada. Porque a paz é um estado vivo; e para se compreender o que é a paz requer-se mui­ta inteligência e muito trabalho — e não que se fique ina­tivo, meramente a desejar a paz. Identicamente, a felici­dade requer imensa compreensão, penetração e muito tra­balho — tanto e mais ainda do que para ganhar a vida. Mas, se estais meramente a buscar a felicidade, podeis também tomar um entorpecente, que é a mesma coisa.

Buscar a felicidade, parece-me, é perseguir uma ilusão. Essa busca envolve um processo muito complicado. Há a pessoa que busca, e a coisa que ela busca. Quando uma pessoa está a buscar algo que deseja, há sempre con­flito; e quando existe conflito, não há compreensão, po­rém, tão só, uma série de aflições e uma luta incessante para superá-las, a fim de se alcançar a felicidade. Esse é o conflito da dualidade, do pensador e seu pensamento. Só quando a mente desistiu de buscar a sua própria satisfa­ção, seu preenchimento próprio, e já não se esforça para alcançar a felicidade — sendo isso uma atividade egocên­trica — só então temos a completa cessação do conflito. Tal estado pode chamar-se felicidade; — mas isso é coi­sa secundária.

Importa, pois, penetrarmos esse problema do esforço e do conflito. Duvido que se possa compreender qualquer coisa mediante esforço. E se nenhum esforço fizermos, que acontecerá? Fomos criados, educados, para o esforço; e, se não nos esforçamos, pensamos que as coisas correrão mal, tememos estagnar, degenerar. Mas, se nos observar­mos um pouco, veremos que a compreensão surge nos mo­mentos em que a mente está muito tranquila e não nos períodos de luta. E nossa mente se acha num estado de luta perpétua quando deseja felicidade, segurança, ou bus­ca alguma forma de permanência.

Onde há conflito não pode deixar de haver tensão, sofrimento; mas, viver sem conflito é um problema imen­so. Não podemos afastar de nós esse problema, dizendo: — "Vou viver sem conflito" — isso é completamente sem significação. Tampouco nos servirá a meditação ou a prá­tica de exercícios místicos para não termos conflito — pois isso é muito pueril. Temos de compreender o proces­so psicológico desse movimento que chamamos conflito; e de modo nenhum o compreenderemos se existir o motivo para alcançarmos alguma coisa. Enquanto eu desejar ser algo — feliz, bom, virtuoso — enquanto desejar encontrar Deus ou o que quer que seja, tem de haver conflito e, com ele, sofrimento e dor.

É preciso compreendermos totalmente o processo do esforço para realizar, alcançar um fim, e não, dizermos simplesmente: — "Se não me esforço, degenerarei, per­derei meu emprego", o que constitui uma reação muito superficial. Para a profunda compreensão do problema psicológico, da natureza íntima do esforço, requer-se auto-percebimento em alto grau. Por isso é tão importante conhecermos a nós mesmos. No próprio processo do autoconhecimento, teremos, talvez, a nosso lado, a felicida­de — que tanto nos importa.

Krishnamurti — Verdade Libertadora — ICK


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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill