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quarta-feira, 8 de maio de 2013

Relato de um "Despertar da Inteligência que somos"


E com a morte da separação, eu era tudo o que havia. Eu era o céu escuro, o homem de idade mediana que passeava com seu cão perdigueiro e a pequena senhora que caminhava torpemente com suas botas de água. Eu era os patos, os cisnes, os gansos e o pássaro de aspecto divertido com crista roxa na frente. Eu era o encanto outonal das árvores e o barro que se prendia aos sapatos; eu era todo meu corpo, os braços, as pernas, o torso, o rosto, as mãos, os pés, o colo, o pelo e as genitais. Eu era as gotas da chuva que caiam sobre minha cabeça (ainda que, falando com propriedade, não se tratava exatamente de "minha cabeça", porém, como estava ali, considera-la "minha cabeça" era tão adequado como qualquer outra coisa). Eu era o esguicho de água no chão, a água que se acumulava nas poças e enchia o reservatório até o ponto de transbordá-lo. Era as árvores encharcadas de água, o abrigo encharcado de água, a água que a tudo encharcava. Eu era todo o encharcado de água e até a água encharcada de si mesma.  

Tampouco havia, nesse momento, forma alguma de saber tudo isso, porque não havia pensamento que nomeasse nada como "experiência". O único que havia era o que estava ocorrendo, sem forma alguma de conhecê-lo, as palavras chegaram depois. 

Tudo começou (e devo dizer que não é muito o que agora posso recordar) numa fria e chuvosa tarde de outono em Oxford enquanto passeava. O céu estava obscurecido e eu me agasalhava em meu novo casaco quando, subitamente e sem advertência, a busca de algo mais se esfumaçou e, com ela, toda separação e toda solidão. 


Então, foi quando o que, durante toda minha vida, me havia parecido o mais normal e corrente, se converteu subitamente em algo tão extraordinário que me perguntei se as coisas não haveriam sido sempre tão vivas, claras e intensas. Quem sabe, a minha busca vital do espetacular e do extraordinário tinha sido o que havia me levado a desconectar-me do absolutamente ordinário e a perder também o contato, no mesmo movimento, do absolutamente extraordinário. 
  
E o absolutamente extraordinário desse dia era que tudo estava encharcado de água e eu não estava separado de nada; quer dizer, eu não estava. Como disse um velho mestre zen ao escutar o som de uma campainha, "Não há eu nem campainha, o único que existe é o vibrar", esse dia não havia "eu" algum experimentando essa clareza, só havia clareza, só o desdobramento momento a momento do absolutamente óbvio. 


E também havia a sensação onipresente de que tudo estava bem, de que tudo estava impregnado de uma sensação de paz e de equanimidade, como se tudo fosse diferentes versões dessa paz, além da qual nada existia. Eu era a paz, e também o eram o pato que sobrevoava a cena e a idosa que mancava; a paz saturava tudo, tudo estava pleno dessa paz, dessa graça e dessa presença incondicional e livre, desse amor transbordante que parecia ser a essência do mundo, a razão mesma do mundo, o alfa e o omega de tudo. À essa paz pareciam apontar as palavras "Deus", "Tao" e "Buda". Essa era a experiência em que em última instancia, parecem apontar todas as religiões. Essa parecia a essência mesma da fé, a morte do eu, a morte do "pequeno eu", com seus mesquinhos desejos, queixas e planos, a morte de tudo que afasta o indivíduo de Deus, inclusive a morte da ideia de Deus (não é a toa que dizem os budistas "Se vês ao Buda, mate-o!") e o mergulho no Nada que se revela como Deus mais além de Deus, o Nada que constitui a essência de todas as coisas, o Nada que dá origem a todas as formas, o Nada que é o mundo com todo o seu sofrimento e maravilha, o Nada que é a Plenitude total.    

Porém, essa suposta "experiência religiosa" não é nenhum tipo de experiência, porque nela o "eu" que experimenta havia desaparecido. Não, isso é algo prévio e que se encontra mais além de toda experiência. É o fundamento de toda experiência, o substrato mesmo da existência que ninguém poderia experimentar por mais que o mundo durasse mais bilhões de anos. 
___

Mas, ainda que nesse dia não havia ninguém, tudo estava em seu lugar. Mais além da experiência — ou, melhor dizendo, mais além da falta de experiência —, estavam os patos agitando suas pequenas asas, as gotas de chuva escorrendo por meu pescoço, as poças sob os meus sapatos agora  cobertos de barro, o céu de chumbo e outros corpos, como o meu, pisoteando as poças, uns passeando com seus cães, outros sós, outros abraçados a seus entes queridos e outros correndo para escapar da chuva. 

E tudo estava envolto de uma grande compaixão. Porém, não se tratava de uma compaixão sentimental nem de uma compaixão narcisista, mas sim de uma compaixão intrínseca ao simples fato de estar vivo, uma compaixão que parecia a essência mesma da vida, uma compaixão que parecia pulsar em todos os seres vivos, uma compaixão que evidenciava que ninguém está separado dos demais, que não existe nada separado, que seu sofrimento é idêntico ao meu e que sua alegria é a minha. Mas, não porque se trata de um princípio lido na bíblia, que nos tenha sido transmitido por uma pessoa a qual muito estimamos e consideramos, porque essa parece ser a essência mesma das coisas, a natureza de toda manifestação, uma vez que todos somos expressão de algo infinitamente superior que nos transcende. 

Porém, por mais que a palavra "nós" pareça transmitir a ideia de separação, essa compaixão está mais além das palavras e mais além da linguagem. Essa compaixão, de fato, transcende toda ideia de "compaixão", porque se origina no fato de que não existe nenhum tipo de separação, de que a separação é uma ilusão e de que, na realidade, nós somos os demais, que eu sou você, que você é eu, que não podemos ser sem os demais, que eu não posso ser sem você e que, sem eu tampouco você pode ser. E esta não é uma expressão de sentimentalismo insípido, senão algo muito real: nos necessitamos, estamos inextricavelmente unidos e não podemos viver sem os demais e sem todas as coisas que nos rodeiam. Eu não poderia viver sem essa árvore que agora me protege da chuva, sem as gotas da chuva que encharcam minha volta, sem a velha que caminha fadigosamente diante de mim, (e que com tanto cuidado evita as poças); não poderia viver sem os reservatórios, os patos, os cisnes, meu casaco novo protegendo-me do frio e o homem que passeia com seu cachorro e que, ao cruzar comigo, me saúda com um sorriso.

Todos estamos conectados e todas as coisas estão conectadas a todas as demais, o que quer dizer que, na realidade, não existe nenhuma "coisa" separada. O único que existe é a Unidade e a totalidade, só o Buda, só Cristo, o Tao, só Deus, Nada existe separado. 

Dizer que esse dia não havia "eu" é o mesmo que dizer que só havia Deus, que só havia Cristo, que só havia Tao, que só havia Buda, que só havia Unidade, que só havia Espirito e que Jeff havia desaparecido e se havia fundido com tudo isso. Não havia Jeff algum separado de tudo o que aparecia. Jeff não era mais que uma história contada por um narrador, uma história tecida por um narrador muito imaginativo. Jeff estava simultaneamente ausente da cena e completamente imerso nela; Jeff não era nada, ao mesmo tempo, era tudo, estava presente em sua ausência e ausente em sua presença; havia morrido, porém era, simultaneamente, a eclosão mesma da vida. 

E, sim, também haviam lágrimas. Por acaso existe, diante de tal descobrimento, resposta mais adequada do que o choro? Mas, também há que se dizer que se tratava de um descobrimento muito curioso e que, na realidade, tinha muito pouco de descobrimento porque, visto que nunca havia perdido nada, tampouco havia encontrado nada. Essa clareza sempre havia estado aí, mas me havia passado a vida olhando para outro lado e ignorando a evidência. Deus sempre havia estado aí, no momento presente, em meio de todas as coisas, porém havia desperdiçado a vida buscando no futuro. A mente de Buda sempre havia sido minha própria mente, mas havia passado anos esforçando-me para alcançá-la. Cristo havia sido crucificado e havia ressuscitado e caminhava entre nós, enchendo nossa vida de amor incondicional, mas me havia passado a vida acreditando que estava em outra parte, em outro mundo (ou neste mundo porém não em minha vida). 

Não, nada havia que encontrar, porque não havia perdido nada. Quem sabe, foi a compreensão do absolutamente óbvio o que esse dia me surpreendeu, a compreensão de que não havia nada que compreender, a compreensão de que tudo o que sempre havia desejado se achava, sempre havia estado e sempre estaria, diante de mim. Então, me dei conta de que sempre e em todo momento podemos acessar a paz o amor e a alegria e de que o amor, o amor puro e incondicional, o amor de Jesus, o amor de Buda e o amor que transcende toda compreensão constitui o fundamento de todas as coisas e a razão mesma pela qual tudo já está aqui. Na realidade, sempre este aqui, aguardando pacientemente o momento de meu regresso à casa. 

E ali, debaixo da chuva, finalmente estava em casa e, o que é mais importante, que sempre o havia estado e que sempre estaria, e que ainda em meio de lágrimas, de sofrimento, de escuridão e de desespero, em todos esses momentos e em muitos outros, o Lugar dos Lugares sempre havia estado ali. A possibilidade de acessar o Reino dos Céus e a graça de Deus sempre e em todo momento tem estado presentes, nas duras e nas maduras, na saúde e na enfermidade, pelos séculos e séculos...

E também houve outras ocasiões do mesmo tipo, quando Jeff se desvanecia, e com ele, desaparecia toda separação e todo isolamento. Houve ocasiões nas quais as lágrimas se me saltaram maravilhado diante disso a que chamo vida e diante da simples presença das "coisas". Houve momentos nos quais o amor era tão intenso que o coração estava a ponto de explodir, e também houve outros momentos nos quais não havia absolutamente nada, nem existência, nem mundo, nem Deus, nem nada; absolutamente nada. 

Todas essas coisas me pareceram muito interessantes, foram etiquetadas como "experiências espirituais" ou "despertares" e também houve uma grande excitação.  

___

Durante esses dias se dissiparam todos os absurdos e só ficou uma vida muito ordinária. Que "Jeff" estivesse ou não aí carecia de toda importância. O único que havia era uma sensação de equanimidade e de aquiescência diante de tudo o que aparecia, a certeza profunda e incomovível de que tudo acontece como deve acontecer, algo que incluí por igual o prazer e a dor, a ira e a alegria.

Quem sabe o que vi foi que, sejamos quem sejamos e independentemente do personagem que nos tenha sido reservado no grande jogo da vida, esse personagem emerge de algo infinitamente maior que ele. este personagem não pode sustentar-se em si mesmo, porque, como descobriram os grandes filósofos existencialistas, carece de fundamento, por detrás dele está operando um poder muito maior, um poder infinitamente maior. Chamemo-lhes Deus, Tao ou qualquer dos mil nomes diferentes. Isso é o que dá origem a todas as coisas e em sua ausência, nada existe. Não é algo que possa ser alcançado através do pensamento, porque Isso é o que dá origem ao pensamento. Não é algo que possa ser descoberto ao final de uma longa busca, porque Isso é o que coloca em marcha a busca. E tampouco, de fato, é nada do que se possa falar, porque Isso, precisamente, emerge a fala.    

E que é Isso?

É este momento e tudo o que nele aflora. 
___

Este instante é o único lugar em que emergem todas as coisas e nada pode aparecer se não o fazer agora. Qualquer ideia que você tenha de si mesmo só pode emergir neste instante. 

Todos os sons presentes, todos os sentimentos são sentimentos presentes e todos os pensamentos são pensamentos presentes.

E ainda que nunca possa ser capturado em palavras, nós passamos a vida tratando de fazê-lo. neste momento "você" (quer dizer, o que acreditas ser) só existe como pensamento, o que significa que agora, neste mesmo instante, "você" não existe. Isso foi, precisamente, o que vi (ainda que ninguém o visse) nesse dia chuvoso. O indivíduo não "existe" como o faz esta árvore ou esta flor, jamais pode ter essa solidez, essa certeza ou essa forma concreta e definida. Nós carecemos de fundamento e flutuamos no oceano do nada. Como disse Sartre, sempre estamos escapando de nós mesmos, esforçando-nos denodadamente em capturar o que chamamos "eu" para acabar com um punhado de nada.

E isso gera uma grande ansiedade, porque em algum lugar, no mais profundo de nós, sabemos que nossa realidade se assemelha a dos castelos de areia. Por isso nos empenhamos em assentar cimentos, em criar raízes, em ancorar-nos, em aferrar-nos as coisas, em identificar-nos com nosso trabalho, com as ideias, com os ideais e com as ideologias, com a expectativa desesperada de que todas essas coisas nos salvem e nos proporcionem o ansiado fundamento do qual carecemos. Nos identificamos com as crenças, os ídolos, os deuses e as religiões feitas a imagem do homem, porém, todas as crenças existem na sombra da dúvida, o que faz gerar mais ansiedade, porque, por debaixo de tudo, tememos que aquilo ao que mais nos aferramos acabe se dissolvendo. Os budistas sempre tem dito que toda forma é impermanente. Por isso nos aferramos com mais intensidade, colocando em marcha um círculo vicioso que dá voltas e mais voltas até o momento da morte.

Mas o que se viu nesse dia de outono transcende nossos frágeis intentos de ancorar-nos. O que esse dia se revelou é o segredo de que, na realidade, não existe nenhum segredo. O que se viu nesse dia é a evidência última de que já estamos ancorados em algo que nos transcende. Sempre estamos ancorados no momento presente, no Deus que se encontra mais além de Deus, no divino, por mais que façamos depara-se com o que não somos. Tudo o que fazemos para estar mais presentes e para estar mais próximos de Deus o que faz é intensificar nossa alienação da Fonte. O segredo que tão desesperadamente buscamos ao longo de nossas vidas já se acha diante de nós e o divino  está presente nas coisas mais ordinárias da vida.

Deus sempre está conosco. E isso não é algo que possamos "alcançar", porque já é. Essa é, na realidade, a essência da vida.

___

Foi um passeio outonal e úmido num dia muito normal e corrente. Porém, nessa mesma normalidade se revelou o extraordinário, resplandecendo tão intensamente na umidade, a escuridão e o barro do solo que o eu se dissolveu, desapareceu e se converteu Nisso.

E ainda que esta descrição soe como se houvesse ocorrido algo muito especial, esse dia, debaixo de chuva, não passou absolutamente nada, só foi um passeio normal e corrente num dia normal e dos mais corrente. 

Através da grande porta de ferro, cruzei a calçada e me uni com as outras pessoas para esperar, debaixo da marquise da parada, a chegada do ônibus. 

Nada havia mudado, porém tudo era distinto. Havia vislumbrado algo, algo muito profundo e extraordinário que, apesar disso, era completamente normal e corrente. Não havia nada de surpreendente no fato de que o mais ordinário se revela-se como o significado único da vida e que quem até então havia acreditado ser se revelasse como um mero relato. 

Não havia nada surpreendente no fato de que o divino se revela-se no absolutamente obvio de que Deus era uno com o mundo e estivera presente em todas e cada uma das coisas.

Subi no ônibus e, quando a chuva intensificou contra seus sujos cristais, sorri. Que autêntico presente estar vivo, agora, neste instante, neste corpo e neste lugar concretos, ainda que tudo seja impermanente e ainda que, por mais que busquemos, só encontremos vacuidade! De todas as infinitas possibilidades, você está aqui e agora. E, ainda que não sempre será assim, é agora.

Esta não é a história do "despertar de Jeff", ainda que sem dúvida essa história estava ai. A historia de que "Jeff está desperto" é uma bonita historia, porém, estabelecer o "despertar" como algo que há que se alcançar, como algo que você queira, como algo que, a seu devido tempo, você pode descobrir, como algo que alguns indivíduos parecem haver "alcançado" é um perfeito disparate! Isso — quer dizer, o que aflora neste mesmo instante — é o único que existe, e nenhum personagem fictício (incluindo qualquer personagem fictício supostamente "desperto") pode ser mais que uma boa historia, emergindo agora.   

Este é o único milagre: você (quem quer que você seja) está aqui e agora. E não é necessário, para reconhece-lo, passear debaixo da chuva. Isto é assim independentemente de qualquer condição. Você não necessita, para isso, ser outra pessoa nem estar em outro lugar. Pode começar exatamente onde você está agora. Esse é, de fato, o único lugar do qual você pode partir, aqui e agora.

Jeff Foster — Mais além do Despertar

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill