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quarta-feira, 15 de maio de 2013

Como se quebra um condicionamento?

Pergunta: Como pode uma mente condicionada compreender o que é verdadeiro?

Krishnamurti: Não pode. Consideremos isso com toda a simplicidade. Suponhamos que eu seja nacionalista, apegado à minha pátria, a meu soberano, enredado em minha insignificante identificação com determinada raça. Como pode tal mente compreender um estado que transcende tudo isso? Não pode. Por conseguinte, a mente tem de compreender seu próprio nacionalismo e quebra-lo, destruí-lo, repudiá-lo de todo; e isso, em geral, nos é dificílimo. O nacionalismo é apenas uma expansão de nosso pequenino “ego”. Identificai-vos com vosso país, porque sois pequeno e o país é grande. A “entidade tribal” gosta de identificar-se com algo maior do que ela — e isto é o que todos estamos fazendo. Podeis não identificar-vos com vosso país, mas desejais devotar-vos a algum alvo ou ação de suprema significação; desejais estar identificado com uma ideia ou com Deus. Quer vos devoteis à pátria, à família, quer vos torneis monge e vos devoteis a Deus, trata-se exatamente da mesma coisa: puro condicionamento. E o quebrar desse condicionamento requer, como vimos, um percebimento “sem escolha”, vigilância de todo o movimento do pensamento; trata-se simplesmente de enfrentar o condicionamento, de observá-lo.(1)

Pergunta: O que é a verdadeira, a eterna felicidade?

Krishnamurti: (...) veja como a mente prega peças a si mesma. Porque se sente infeliz, angustiado, em circunstâncias precárias, etc., você quer alguma coisa eterna, uma felicidade permanente. Existirá isso? Em vez de pedir felicidade permanente, descubra como se livrar do desejo que o está roendo e criado dor, tanto física como psicológica. Quando é livre, não há problema, você não pergunta se há felicidade eterna ou o que é a felicidade. É o homem preguiçoso, tolo que, estando na prisão, quer saber o que é a liberdade; e pessoas preguiçosas e tolas lhe dirão. Para o homem prisioneiro, a liberdade é mera especulação. Mas se sair da prisão, ele não especulará acerca da liberdade: ela existirá.

Por isso, não é importante, em lugar de perguntar o que é a felicidade, descobrir por que somos infelizes? Por que a mente está paralisada? Por que nossos pensamentos são limitados, mesquinhos, acanhados? Se pudermos entender a limitação do pensamento, ver a verdade disso, nessa descoberta da verdade haverá libertação. (2) 

Pergunta: O que é a verdadeira liberdade e como conquistá-la?

Krishnamurti: A verdadeira liberdade não é coisa que se adquira; é o resultado da inteligência. Você não pode sair e comprar liberdade no mercado. Não pode obtê-la lendo um livro ou ouvindo alguém falar.  A liberdade vem com a inteligência.

Mas, o que vem a ser inteligência? Poderá haver inteligência quando há medo, ou quando a mente está condicionada? Quando a sua mente está cheia de preconceitos, ou quando você imagina que é um ser humano maravilhoso, ou quando é muito ambicioso e deseja subir a escada do sucesso, material ou espiritualmente, pode acaso haver inteligência? Quando você está preocupado consigo mesmo, quando segue ou venera alguém, pode acaso haver inteligência? De fato, a inteligência aparece quando você compreende toda essa estupidez e rompe com ela. Portanto, você precisa começar a fazer isso; e a primeira coisa a fazer é tomar consciência de que sua mente não é livre. Você precisa observar como sua mente está presa por todas essas coisas, e, então, haverá um princípio de inteligência, a qual acarreta liberdade. Você tem que encontrar a resposta por si mesmo. Qual é a vantagem de alguma outra pessoa ser livre quando você não é, ou de outra pessoa ter alimento quando você padece fome?  

Para ser criativo, o que implica realmente ter iniciativa própria, é preciso haver liberdade; e para haver liberdade é preciso haver inteligência. Portanto, você precisa inquirir e descobrir o que está travando a sua inteligência. Precisa investigar a vida, tem de questionar todos os valores sociais, tudo, e não aceitar coisa alguma porque está com medo. (3) 

(1) Krishnamurti — O homem e seus desejos em conflito — ICK
(2) Krishnamurti — O verdadeiro objetivo da vida 
(3) Krishnamurti — O verdadeiro objetivo da vida 
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill