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sexta-feira, 17 de maio de 2013

Como lidar com a "atual" delinquência juvenil?

Pergunta: A delinquência juvenil está aumentando. Por que razão, e qual o remédio?

Krishnamurti: As raízes deste problema não estão profundamente cravadas na estrutura da moderna sociedade? E a sociedade não é o produto de nós mesmos? Vivemos em guerra uns com os outros — não é verdade? — porque desejamos ser importantes nesta sociedade; estamos todos lutando para alcançar sucesso, chegar a certa parte, adquirir virtude, tornar-se algo. Política, econômica, social e religiosamente, queremos atingir um objetivo, ter do melhor ou ser o melhor de todos, e nesse processo existe temor, inveja, avidez, ambição, crueldade. Toda a nossa sociedade está assentada nesse processo. E queremos forçar nossos filhos a adaptar-se à sociedade, a ser iguais a nós, a ajustar-se ao padrão da chamada cultura. Mas dentro desse padrão existe a revolta, tanto entre os pequenos como entre os adultos.

O problema se torna mais complexo ainda, se consideramos atentamente o nosso sistema de educação. Cumpre-nos averiguar o que se entende por educação. Qual a finalidade da educação. Obrigar-nos a nos submetermos, a nos ajustarmos à sociedade? É isso justamente o que agora estamos fazendo aos nossos filhos. Ou consiste a educação em ajudar o jovem, o estudante, a tornar-se cônscio de todas as influências condicionadoras — nacionalistas, religiosas, etc. — para delas libertar-se? Se temos verdadeiro empenho a esse respeito — e deveríamos tê-lo — nesse caso cumpre-nos estudar a criança realmente, não achais? Não a sujeitaremos a nenhuma influência ou autoridade, para moldá-la de acordo com um padrão, mas, sim, ajudá-la a se torna cônscia de todas as influências, para que cresça em liberdade. Observá-la constantemente, atentamente — notando os livros que lê, os heróis que cultua, observá-lo quando trabalha, quando brinca, quando repousa, e ajudá-la a ser não condicionada, livre.

Ajudar o homem a se tronar cônscio de todas as tendências nacionalistas, dos preconceitos, das crenças religiosas que condicionam a mente — isso significa, realmente, que devemos, em primeiro lugar, tornar-nos cônscios de nossas próprias maneiras de pensar, não achais? Afinal de contas, nós, os adultos, não sabemos viver juntos; vivemos numa eterna batalha uns com os outros e dentro de nós mesmos. Esta batalha, esta luta se projeta na sociedade; e a tal sociedade queremos ajustar o nosso filho. Não se pode alterar a sociedade; só o indivíduo pode alterar-se. Mas nós não somos indivíduos, somos? Estamos engolfados na massa, na sociedade; e se não compreendermos a nós mesmos, se não libertarmos a mente das limitações que a si mesma impôs, como poderemos ajudar a criança.

Pergunta: Pode-se viver no mundo sem ambição? O não ter ambição não nos leva ao isolamento?

Krishnamurti: Esta me parece uma questão fundamental. Podem-se ver no mundo os efeitos da ambição. Todos querem ser algo. O artista aspira a ser famoso, o colegial a ser presidente, o padre a ser bispo, etc. Cada um, neste mundo inteiro, está tentando, está lutando, está se esforçando, para se tornar importante. Mesmo em nosso sistema de educação, o aluno não inteligente é comparado com o aluno inteligente — e isso é uma coisa sumamente estúpida. E vemos o resultado dessa ambição projetado no mundo. Cada nação quer manter a todo custo a própria soberania.

Pois bem: o interrogante deseja saber se podemos libertar-nos dessa ambição e, se o pudermos, se não ficaremos isolados da sociedade. Porque esse medo de estar libertado da ambição, porque esse medo de estar sozinho? Podem coexistir a ambição e o amor? A mente que a todos os momentos está lutando para ser algo, para se tornar notável, essa mente, por certo, não sabe o que é o amor. Enquanto estivermos cultivando a ambição, estaremos isolados. Nós já estamos isolados, não achais? Mas, como sabeis, admitimos a ambição. Se um homem vive numa pequena e distante aldeia ou se vive numa cidade populosa, desde que possa intitular-se alguma coisa — sueco, hindu, dinamarquês, isto ou aquilo — sente ele, então, que é alguém. Ser respeitável, ser notável, ter poder, posição, dinheiro, virtude — todas essas coisas nos dão um sentimento de importância. Por isso, é muito difícil não ser ambicioso.

O homem que é como se nada fosse, esse homem é sem medo, sem ambição; está só, mas não está isolado. O libertar-se da ambição exige muita penetração, inteligência e amor; mas o homem que se acha num tal estado, que é mesmo que nada, não está isolado.

Krishnamurti — 14 de maio de 1956 — Verdade Libertadora — ICK  
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill