Se você se sente grato por este conteúdo e quiser materializar essa gratidão, em vista de manter a continuidade do mesmo, apoie-nos: https://apoia.se/outsider - informações: outsider44@outlook.com - Visite> Blog: https://observacaopassiva.blogspot.com

terça-feira, 9 de abril de 2013

Por que vive o homem em constante sofrimento?

O sofrimento não é meramente um choque aplicado á mente para despertá-la de sua própria insuficiência? O reconhecimento dessa insuficiência cria aquilo que chamamos tristeza. Suponham que vocês vem confiando em seu filho, marido ou esposa para satisfazer esta insuficiência; desta falta de plenitude, por motivo da perda dessa pessoa a quem amavam, é criada a consciência plena dessa vacuidade, desse vazio; e dessa vacuidade advém a tristeza e vocês dizem: "eu perdi alguém".

Assim, em virtude da morte, dá-se, em primeiro lugar, a plena consciência da vacuidade que vocês cuidadosamente tem evitado. Daí, onde houver dependência, sentimento de vazio, de insuficiência, há portanto, tristeza e dor. Nós não queremos reconhecer isto; não vemos que está é a causa fundamental de tudo isto. E assim, começamos a dizer: "perdi, o meu amigo, meu marido, minha esposa, meu filho. Como superar esta perda?" Como vencerei a tristeza?"

Todo este vencer e superar não é mais do que substituição. Nele não há entendimento e, portanto, só pode haver mais sofrimento, embora momentaneamente encontrem uma substituição, que lhes faça a mente afundar num completo sono. Se não buscarem superar, vencer o sofrimento, então vocês se voltam para as sessões espíritas, para o médiuns ou buscam por abrigo na prova cientifica de que a vida continua após a morte.

Assim, vocês começam a descobrir vários tipos de fuga e de substituição, que momentaneamente lhes aliviam do sofrimento. Ao passo que se tivesse lugar — a cessação desse desejo de vencer e se realmente existisse o desejo de compreender, de averiguar, fundamentalmente, o que causa dor e tristeza, então vocês descobririam que, enquanto houver solidão, sensação de vacuidade, de insuficiência, em, em sua expressão externa, representam dependência, tem de haver dor. E não lhes é possível preencher esta insuficiência, pelo domínio dos obstáculos, por meio de substituições, fugindo ou acumulando, que nada mais é do que esperteza da mente engolfada na conquista do lucro.

O sofrimento é apenas essa alta, intensa claridade do pensamento e emoção, que lhes força a reconhecer as coisas tais como são. Isto, porém, não implica aceitação, resignação.

Quando vocês, no espelho da verdade, veem as coisas tais como são, o que é inteligência, há alegria, há êxtase; nisso não há dualidade, nem sentimento de perda, nem divisão.

Eu lhes afirmo que isto não é teoria. Se refletirem sobre o que estou agora dizendo, verão como a memória cria uma dependência, cada vez maior, o contínuo retrocesso a um acontecimento emocional, para dele extrair uma reação, a qual impede a plena expressão da inteligência no presente.

(...)

Precisamos compreender as causas fundamentais da luta e do sofrimento e, então, a nossa ação, inevitavelmente, trará uma completa mudança.Todo o nosso interesse deveria orientar-se, não no sentido de resolver qualquer problema particular, não em direção a qualquer fim determinado ou objetivo definido, porém, na direção do entendimento da vida como um todo, integro. Para fazer isto, as limitações que foram opostas à mente e que estropiam o pensamento e ação têm de ser discernidas e dissipadas. Se o pensamento estiver, realmente, livre dos inúmeros empecilho que lhe impusemos em nossa busca de segurança, então, defrontaremos a vida como um todo e nisto se encontra grande felicidade. A mente cria a autoridade, e torna-se sua escrava, e daí a ação impedida constantemente, mutilada, sendo isso a causa do sofrimento. Se observarem o pensamento de vocês, verão como ele está aprisionado entre o passado e o futuro. O pensamento está continuamente bitolando-se, guiando-se pelo passado e ajustando-se ao futuro; a ação torna-se assim incompleta no presente, o que cria em nossas mentes a ideia do não preenchimento, de onde surge o temor da morte, a cogitação do além e as muitas limitações nascidas do ser incompleto.

(...)

Há muitas espécies de sofrimento, e se começarem a discernir a sua causa, perceberão que o sofrimento deve coexistir com a exigência, por parte de cada indivíduo, de se sentir seguro, seja financeiramente, seja espiritualmente, ou ainda nas relações humanas. Onde houver busca de segurança grosseira, ou sutil que seja, tem de haver medo, exploração e tristeza.

(...)

Como a maioria dentre nós está sendo adestrada, ou já o foi, para se torcer e se adaptar a um molde particular, não podemos ver a formidável importância, que há em considerar os múltiplos problemas humanos como um todo, sem dividi-los em várias categorias. E dado o fato de termos sido adestrados e torcidos, temos de nos libertar do molde imposto e reconsiderar, agir de novo, a fim de compreendermos a vida em conjunto. Isto exige que cada indivíduo, por meio do sofrimento, se liberte do medo.

Visto que haja múltiplas formas de medo, o medo social, o econômico e o religioso, no entanto, só há uma causa para ele, que é a busca de segurança. Quando, individualmente, destruirmos as paredes e as fórmulas que a mente criou para proteger a si mesma, por esse modo produzindo o medo, então se manifestará a verdadeira inteligência, que trará ordem e felicidade a este mundo de caos e sofrimento.

Aquilo que vocês são forçados a fazer, por meio do sofrimento, pode ser feito naturalmente, graciosamente.

Krishnamurti — O medo — 1946 — ICK


Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill