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sábado, 6 de abril de 2013

Meditando sobre o tenebroso medo da morte

Por que vocês se preocupam com o além? Porque o viver neste mundo perdeu o seu significado; não há amor perdurável, há apenas conflito e tristeza.

Vocês esperam, assim, por um outro mundo, o do além, no qual possam viver felizes e com plenitude. Não havendo tido uma oportunidade de preenchimento neste mundo, esperam em outra vida, poderem realizá-lo. Ou então, desejam novamente encontrar aqueles a quem, pela morte, perderam, coisa que é apenas indício da vacuidade de vocês. Se eu disser que existe vida no além e outra pessoa lhes disser que não existe, escolherão a hipótese que lhes dá maior satisfação, e por esse modo, tornam-se escravos da autoridade. Portanto, o problema não se resume em saber se existe o além, o que importa é compreender, neste mundo, a plenitude da vida, que é eterna; desimpedir a ação e não criar limitação.

Para o homem que atingiu o preenchimento, que não se separa do movimento da realidade, não há morte.

Como o indivíduo há de viver, de modo que a ação seja preenchimento? Como o indivíduo pode enamorar-se da vida? Para enamorar-se da vida, para obter o preenchimento, é preciso ter a mente livre, mediante a compreensão profunda das limitações que a deturpam e frustram.

Vocês tem que se tornarem apercebidos, conscientes de todos os obstáculos localizados no fundo da mente.

Existe dentro de cada um de nós, o inconsciente que, continuamente, embaraça, perverte a inteligência. Esse inconsciente torna a vida incompleta.

Vocês necessitam drenar, por meio da ação, por meio do viver, por meio do sofrimento, todas essas coisas que estão ocultas, escondidas em vocês.

Quando a mente não se preocupar com o medo, com o além, e estiver plenamente consciente, apercebida do presente, e de seu profundo significado, então existirá o movimento da realidade, da vida, que não é de vocês, nem minha.
(...)
Para aquele que está constantemente se preenchendo, não há medo da morte. Se formos realmente completos em cada momento, em cada dia, então desconheceremos o temor do amanhã. Mas, as nossas mentes criam a falta de plenitude da ação, e assim, o temor do amanhã. Fomos adestrados pela religião, pela sociedade, na falta de plenitude, no adiamento, e isto nos serve como fuga do medo, porque temos o amanhã para completar o que não podemos preencher hoje.

Mas, um momento por favor. Desejaria que olhassem esse problema, sem o fundo das tradições de vocês, modernas ou antigas, sem a crença de vocês na reencarnação, porém, muito simplesmente. Então, compreenderão a verdade, que lhes libertará completamente do medo. Para mim, a ideia de reencarnação é simples adiamento. Muito embora vocês possam acreditar profundamente na reencarnação, mesmo assim, quando morre alguém, vocês ainda têm medo e tristeza, ou o medo da própria morte. Vocês podem dizer: "Viverei do outro lado; serei muito mais feliz, e farei melhor trabalho ali do que posso fazer aqui". Mas as palavras de vocês são apenas palavras. Elas não podem tranquilizar o medo inquietante que sempre está no coração de vocês. Assim, tratemos desse problema do medo, de preferência à questão da reencarnação.

Quando houverem compreendido o que é o medo, verão a não importância da reencarnação. Então, nem mesmo precisaremos de discuti-la. Não me perguntem o que acontece ao aleijado, depois da morte, ao que é cego nesta vida: se compreenderem o ponto central, consideraram tais questões inteligentemente.

Vocês temem a morte, porque os seus dias são incompletos, porque nunca existe preenchimento em suas ações. Quando a mente de vocês está presa numa crença, crença no passado ou no futuro, não podem compreender plenamente a experiência. Quando a nossa mente está presa ao preconceito, não pode haver entendimento completo da experiência na ação. Daí vocês dizerem que devem ter um amanhã, no qual completarão a ação e vocês tem medo de que não venha esse amanhã. Mas, se puderem completar no presente a ação de vocês, então o infinito está diante de vocês. O que lhes impede de viver integralmente? Por favor, não me perguntem como completar a ação, pois é a maneira negativa de olhar a vida.

Se eu lhes disser como, então tornarão a ação de vocês meramente imitativa, e nisso não há plenitude. O que vocês tem de fazer é descobrir o que lhes impede de viver plena, infinitamente; e descobrirão que é esta ilusão de um fim, de uma certeza, a que a mente de vocês está presa, esta ilusão de atingir um objetivo.

Se estiverem constantemente aguardando o futuro, no qual esperam triunfar, lucrar, ter sucesso, conquistar, a ação de vocês no presente tem de ser limitada, incompleta. Quando a ação de vocês está baseada na fé, tal ação não é preenchimento; é meramente o resultado da fé.

Desse modo, existem na mente de vocês muitos empecilhos; há o instinto de posse cultivado pela sociedade, e o instinto da renúncia, também cultivado pela sociedade. Quando há conformidade e imitação, quando a mente está limitada pela autoridade, não pode existir preenchimento, e disso surge o medo da morte, e muitos outros temores que fazem ocultos no subconsciente.
(...)
Não há remédio nem substituição para o medo, exceto no entender a causa do próprio medo. A mente está, continuamente limitada pelas recordações do passado, e essas lembranças embaraçam-lhe o preenchimento da ação no presente. Por isso não há plenitude da ação no presente, o que cria o temor da morte.
(...)
Quando a mente perde a sua limitação egoísta, dá-se, então, o movimento da vida, um perpétuo vir-a-ser, em que não existe a sombra da morte.
(...)
O tenebroso medo da morte arrebata a viva joia dos olhos de vocês.

Krishnamurti — O medo — 1946 — ICK

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill