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domingo, 7 de abril de 2013

Compreendendo o infinito processo da vida

A vida está a todo momento num estado de nascença, de surgir, de vir-a-ser.
(...)
O movimento da vida está a cada momento, surgindo, vindo à existência; portanto, num estado de ação, de fluxo perpétuo.
(...)
No viver sem esforço, espontaneamente, existe um êxtase que é verdadeira beleza, o qual é supremo discernimento dos valores retos. Nisto há eternidade, imortalidade, movimento incessante da vida, no qual não há identificação de si próprio, sob a forma do "eu".
(...)
Existe um movimento, um processo da vida sem fim, que pode ser chamado infinito.

Pela autoridade e imitação, nascida do medo, cria a mente para si própria múltiplas falsas reações, e, por meio delas, limita-se a si própria. Identificando-se com esta limitação, é incapaz de acompanhar o movimento rápido da vida. E porque a mente, compelida pelo temor, e em seu desejo de segurança e conforto, busca um fim, um absoluto com o qual possa identificar-se, tornar-se incapaz de acompanhar o incessante movimento da vida.

Enquanto a mente-coração não puder libertar-se dessas limitações em plena consciência, não pode ter lugar a compreensão desse contínuo processo de vir-a-ser. Portanto, não perguntem o que é o infinito, porém, descubram por si mesmos as limitações que mantém a mente-coração em cativeiro, impedindo-a de viver nesse movimento da vida.
(...)
Para compreender a Verdade tem de haver observação silenciosa, e a descrição dela somente a torna confusa e limitada.

Para compreendermos o infinito processo da vida, temos de começar negativamente, sem afirmações nem postulados e daí construir a estrutura do nosso pensamento-emoção, da nossa ação e conduta. Se isto não for profundamente compreendido, o que eu disser se transformará em meras crenças e ideais mecânicos, criando novos absurdos baseados na fé e na autoridade. Regressaremos, assim, inconscientemente às primitivas atitudes e reações nascidas do medo, com seus múltiplos enganos, embora revestidas de palavras novas.
(...)
Viver simplesmente é a maior das artes. É dificílimo, pois requer profunda inteligência e não apenas compreensão superficial da vida. Para viver inteligentemente e com simplicidade, o indivíduo deve estar livre de todas as restrições, resistências e limitações desenvolvidas por parte de cada um para sua própria proteção, e que impedem as suas verdadeiras relações com a sociedade. Por estar o indivíduo encerrado nessas restrições, nessas paredes de ignorância, não pode haver para ele verdadeira simplicidade. Para trazer à existência uma vida de inteligência e, portanto, de simplicidade, tem de efetuar-se a derrocada dessas resistências e limitações. O processo de sua dissipação requer grande reflexão, atividade e esforço. O homem saturado de preconceitos e que é nacionalista, amarrado à autoridade das tradições e dos conceitos, em cujo coração existe o medo, por certo que não pode viver com simplicidade. O ambicioso, de ideias estreitas, que adora o êxito, não pode viver inteligentemente. Em semelhante pessoa não há possibilidade de uma espontaneidade profunda. A espontaneidade não é mera reação superficial; é preenchimento profundo, que é simplicidade inteligente de ação.

A maioria de nós tem paredes de resistência para proteger a si mesmo, contra o movimento da vida; de algumas delas somos conscientes, de outras não. Pensamos que nos é possível viver simplesmente pelo mero evitar ou negligenciar as que nos são conhecidas; ou pensamos ainda poder viver plenamente adentrando as nossas mentes de acordo com certos padrões de vida. Não é simplicidade o viver isoladamente, apartado da sociedade, ou o possuir poucos bens ou o ajustar-se a determinados princípios. Isto é mera fuga da vida. A verdadeira simplicidade da inteligência, isto é, o ajustamento profundo ao movimento da vida, só advém quando, mediante o apercebimento compreensivo e correto esforço, começamos a desfazer as múltiplas camadas de resistência que protege a si própria. Somente então teremos a possibilidade de viver espontânea e inteligentemente.
(...)
Simplicidade de vida não é o oposto do possuir muitas coisas; não quero, em absoluto, dizer isto.

Quando a mente está liberta da ideia, da lembrança do desejo, verificarão que a vida de vocês se torna extraordinariamente simples, são poucas as suas necessidades. Há então uma concepção completamente diferente da necessidade. Não existe nem o dar nem o partilhar, porém, a perfeita simplicidade da flor, a qual está tão supremamente concentrada, que é inconsciente de si própria.
(...)
Quando vocês, como indivíduos, começarem a se libertar da doença do medo, não perguntarão a outrem se devem ou não deixar sua riqueza para seus filhos. A ação de vocês, então, terá uma profunda e diferente significação. A atitude de vocês, então, em relação à família, às classes, ao trabalho, à riqueza ou à pobreza, sofrerá profunda mudança. Se não houver esta significativa mudança, que é produzida pela compreensão, e não pela compulsão, então os problemas artificiais só podem ser respondidos superficialmente, sem nenhuma consequência ou valor.
(...)
Tanto o pobre como o rico, desejam que as coisas permaneçam como estão; os pobres temem perder o pouco que possuem e os ricos perder tudo o que tem. Assim, é quando há o temor de perda, o medo de ficar na incerteza, que sobrevém o desejo de não interferir na ordem das coisas que Deus ou a natureza criou.
(...)
Para trazer à existência uma ordem humana feliz, tem de haver, dentro de cada um de vocês, profunda e fundamental mudança. Onde existe contínua adaptação ao movimento da vida, da verdade, jamais há medo.

Todos vocês necessitam sentir o veneno de coerção, da autoridade, da imitação. Todos devem sentir, por meio do sofrimento, a imensa necessidade de uma completa e radical mudança do pensamento e do desejo, que os liberte da sutil busca das substituições. Então é que advirá o verdadeiro preenchimento do homem.
(...)
Vocês não podem realizar, essa formosura da vida por meio do acúmulo, pelo crescimento, pela expansão do eu-consciência, mas busquem o entendimento da experiência no presente.

Krishnamurti — O medo — 1946 — ICK

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill