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sexta-feira, 29 de março de 2013

Percepções de Nisargadatta Maharaj

Antes que você possa conhecer qualquer coisa diretamente, não-verbalmente, você deve conhecer o conhecedor [aquele que conhece]. Até aqui, você achava que a mente era o conhecedor, mas não é assim. A mente o obstrui com imagens e idéias, as quais deixam cicatrizes na memória. Você toma a lembrança por conhecimento. O verdadeiro conhecimento é sempre fresco, novo, inesperado. Ele brota de dentro. Quando você sabe quem você é, você também é o que conhece. Entre o saber e o ser, não há diferença.
(...)
Além do mais, quem é o Guru? [É] Aquele que conhece o estado no qual não há nem mundo nem o pensamento sobre ele [o mundo], ele [o Guru] é o Mestre Supremo. Encontrá-lo significa alcançar o estado no qual a imaginação não é mais tomada por realidade, pela verdade, pelo que existe [pelo que é]. Ele é um realista no mais alto sentido do termo. Ele não pode e não discute com a mente e suas ilusões. Ele vem para lhe levar ao real; não espere dele nada além disso. O Guru que você tem em mente, aquele que lhe dá informações e instruções, não é o Guru real. O guru real é aquele que conhece o real, além do glamour das aparências. O que existe para você não existe para ele. O que você toma por certo, ele nega absolutamente. Ele quer que você veja a si mesmo como ele o vê. Aí [então] você não precisará de um guru para obedecer e seguir, porque você obedecerá e seguirá sua própria realidade.
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Seu corpo dura pouco no tempo. Tempo e espaço estão apenas na mente. Você não está preso. Apenas compreenda a si próprio - isso, em si mesmo, é a eternidade.
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Aquiete-se. Faça seu trabalho no mundo, mas interiormente aquiete-se. Então, tudo virá a você. Não confie em seu trabalho para sua realização. Ele pode trazer lucros para os outros, mas não para você. Sua esperança jaz em fazer silêncio na sua mente e no seu coração. Pessoas realizadas são muito quietas.
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Como em um cinema tudo é luz, assim também a Consciência se torna o vasto mundo. Olhe atentamente e você verá que todos os nomes [palavras] e formas [geométricas ou não] são apenas ondas transitórias no oceano da Consciência, [e] que apenas a Consciência pode ser dita como existindo, não suas transformações. Na imensidão da Consciência, uma luz aparece, um pequeno ponto se move rapidamente e traça formas, pensamentos e sentimentos, conceitos e idéias, como uma pena escrevendo em um papel. A tinta que deixa o traço, é a memória. Você é esse pequeno ponto, e por seu movimento o mundo é sempre recriado. Pare de se mover e não haverá mundo. Olhe para dentro e você descobrirá que o ponto de luz é o reflexo da imensidão da luz no corpo, aparecendo como o sentimento de 'Eu Sou'. Há apenas luz, tudo o mais apenas aparece. Para a mente, ela [essa luz] aparece como escuridão. Ela pode ser conhecida apenas pelos seus reflexos. Tudo é visto à luz do dia, exceto a luz do dia em si mesma. A Suprema Ciência [a união definitiva entre criatura e criador] é ser o ponto de luz traçando o mundo. A luz, em si mesma, é a própria união. Mas para que servem os nomes, se a realidade está tão perto?
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Eu Sou o que Eu Sou, nem com forma nem sem forma, nem consciente nem inconsciente. Eu Sou/Estou fora de todas essa categorias. Você não pode me encontrar pela simples negação. Eu Sou tanto tudo como nada. Nem ambos e nem nenhum dos dois. Estas distinções se aplicam ao Senhor do universo, não a mim. Eu Sou/Estou completo e perfeito. Eu Sou a existência do existir, o Saber do saber, a Plenitude da felicidade.
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Nada o impede de se tornar um sábio aqui e agora, exceto o medo. Você tem medo de ser impessoal, do Ser impessoal. É tudo muito simples. Dê as costas aos seus desejos e medos, dos pensamentos que eles criam, e você estará imediatamente no seu estado natural.
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Eu existo além do tempo. Não importa quão longa uma vida possa ser, é apenas um momento e um sonho. Da mesma maneira, eu existo além de todos os atributos. Eles aparecem e desaparecem na minha luz, mas não podem me descrever. O universo é todo nomes e formas, baseados em qualidades e diferenças, enquanto eu existo além. O mundo está lá porque eu sou, mas eu não sou o mundo. Eu sei que há um mundo, o qual inclui este corpo e esta mente, mas eu não os considero mais 'meus' do que outros corpos e mentes. Eles estão ali, no tempo e no espaço, mas eu sou intemporal e sem medidas.
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Primeiro realize seu próprio ser. Isto é fácil, porque o sentimento de 'Eu Sou' está sempre com você. Então, encontre a si mesmo como o conhecedor [aquele que conhece], separado do conhecido. Uma vez que você [re]conhece a si mesmo como puro Ser, o êxtase da liberdade é [o] seu.
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O valor definitivo do corpo é que ele serve para descobrir o corpo cósmico, o qual é o universo na sua totalidade. Na medida em que você se descobre se manifestando, você continua a descobrir que é sempre mais do que tinha imaginado.
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Aquele que acredita que nasceu tem muito medo da morte. Por outro lado, para aquele que conhece a si mesmo verdadeiramente, a morte é um evento feliz.
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Uma vez que você compreenda que a estrada é a meta, e que você está sempre na estrada, não para alcançar a meta, mas para aproveitar sua beleza e sua sabedoria, a vida cessa de ser uma tarefa e se torna natural e simples, um êxtase em si mesmo.
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Uma coisa é bem clara para mim: tudo o que vive e se move tem seu Ser na Consciência, e Eu Sou/Estou dentro e além da Consciência. Eu Sou/Estou dentro como testemunha. Eu Sou/Estou além como Ser.
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Dor e prazer sempre andam juntos. Liberdade de um significa liberdade de ambos. Se você não se importa com o prazer, não terá medo da dor. Mas há a felicidade, a qual não é nenhum dos dois, a qual está completamente além.
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Identificar-se com o particular é todo o pecado que existe. O impessoal é real, o pessoal aparece e desaparece. 'Eu Sou' é o Ser impessoal, 'Eu sou isto' é a pessoa. A pessoa é relativa, e o puro Ser [é] fundamental.
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Você fala sobre o fluxo do tempo como se você fosse estacionário. Mas os eventos que você testemunhou ontem, alguém mais pode ver amanhã. É você que está se movendo e não o tempo. Pare de se mover e o tempo cessa. Passado e futuro se fundem em no eterno agora. 
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Enquanto se for consciente, haverá dor e prazer. Você não pode lutar contra a dor e o prazer no nível da Consciência. Para ir além deles, você tem de ir além da Consciência, o que é possível apenas quando você olha a Consciência como algo que acontece a você, e não em você, como algo externo, alienígena, superimposto. Então, subitamente, você está livre da Consciência, realmente sozinho, sem nada se intrometendo. E esse é o seu estado verdadeiro. A Consciência é uma irritação que faz você se coçar. Claro, você não pode escapar da Consciência , porque o próprio [ato de] escapar está dentro da Consciência. Mas se você aprender a olhar para a sua Consciência como um tipo de febre, pessoal e particular, na qual você está preso como um pintinho no seu ovo, dessa atitude virá a crise, a qual quebrará o ovo.
(...)
Não tente ser feliz, ao invés disso, questione a sua própria busca por bem-aventurança. É porque você não é feliz que você quer ser feliz. Descubra porque você é infeliz. Porque você não é feliz, você busca a bem-aventurança no prazer; o prazer traz a dor, e por isso você o chama de mundano; você então anseia por algum outro prazer, sem dor, ao qual chama de divino. Na realidade, o prazer é apenas uma folga da dor.
(...)
A Consciência em você e a Consciência em mim, aparentemente duas, [mas] realmente uma, buscam a unidade e isso é Amor.
(...)
Aquilo que você é, seu verdadeiro Self, você o ama, e o que quer que você faça, você faz para sua própria felicidade. Encontrar seu verdadeiro Self, conhecê-lo, amá-lo é sua urgência básica. Seja verdadeiro com você mesmo, ame a si mesmo absolutamente. Não finja que você ama os outros como a si mesmo. Você não pode amar o outro a menos que você tenha compreendido que ele [o outro] é um com você. Não finja ser o que você não é, não se recuse a ser o que você é. O seu amor pelos outros é o resultado do seu auto-conhecimento, não a sua causa. Sem a auto- realização, nenhuma virtude é genuína. Quando você sabe além de qualquer dúvida que a mesma vida flui através de tudo que é, e que você é essa vida, você irá amar tudo natural e espontaneamente. Quando você compreende a profundidade e a amplitude do seu amor por você mesmo, você sabe que cada ser vivo e o universo inteiro estão incluídos no seu afeto. Mas quando você olha para qualquer coisa como separada de você, você não pode amá-la porque você a teme. A alienação causa medo, e o medo aumenta a alienação. É um circulo vicioso. Apenas a auto-realização pode quebrá-lo.
(...)
Você reconhecerá que voltou ao seu estado natural pela completa ausência de todo desejo e medo. Além do mais, na raiz de todo desejo e medo, está o sentimento de não ser o que você é. Assim como uma junta deslocada dói enquanto está fora do lugar, e é esquecida tão logo volte à sua posição correta, assim toda auto-preocupação é [também] um sintoma de uma distorção mental, que desaparece tão logo se volte ao estado natural.
(...)
O que é religião? Uma nuvem no céu. Eu vivo no céu, não nas nuvens, as quais tantas palavras mantém unidas. Tire o palavreado, e o que permanece? A verdade permanece.

Nisargadatta Maharaj
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill