Não existe diferença essencial entre o idoso e o jovem, pois ambos são escravos de seus próprios desejos e gratificações. Maturidade não é uma questão de idade, ela vem com a compreensão. O ardente espírito de investigação é talvez mais fácil para o jovem, porque aqueles que são mais velhos foram esgotados pela vida, os conflitos os exauriram e a morte sob diferentes formas os aguarda. Isto não significa que eles sejam incapazes de investigação proveitosa, mas isso é só mais difícil para eles. Muitos adultos são imaturos e mesmo infantis, e esta é uma causa contribuinte para o caos e miséria do mundo. As pessoas mais velhas são responsáveis pela predominante crise econômica e moral; e uma das nossas infelizes fraquezas é que queremos outro alguém para agir por nós e mudar o curso de nossas vidas. Esperamos que outros se revoltem e construam o novo, e nós permanecemos inativos até estarmos seguros do resultado. A maioria de nós está atrás de segurança e sucesso; e uma mente que está buscando segurança, que anseia por sucesso, não é inteligente e, portanto, é incapaz de ação integrada. Só pode haver ação integrada se a pessoa está cônscia do próprio condicionamento, de seus próprios preconceitos raciais, nacionais, políticos e religiosos; ou seja, só quando a pessoa percebe que os caminhos do ego são sempre separativos. A vida é um poço de águas profundas. A pessoa pode chegar a ele com pequenos baldes e pegar só um pouco de água, ou pode chegar com grandes vasilhas, levando águas abundantes que nutrirão e sustentarão. Enquanto a pessoa é jovem, é o tempo de investigar, de experimentar com tudo. A escola poderia ajudar seus jovens a descobrir sua vocação e responsabilidades, e não meramente encher suas mentes com fatos e conhecimento tecnológico; devia ser o solo onde eles podiam crescer sem medo, feliz e integralmente.
Krishnamurti. Education and the Significance of Life Chapter 2 The Right Kind of Education