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domingo, 9 de dezembro de 2012

Não deixe o conhecimento se tornar uma barreira para o Divino

O Zen diz: se você conseguir parar de filosofar, há uma esperança para você. No momento em que você para de filosofar, você se torna inocente como uma criança. Mas lembre-se: a ênfase do Zen em não saber não significa que ele enfatiza a ignorância. Não saber não é ignorância. Não há nem conhecimento nem ignorância; ambos foram transcendidos.

Um homem ignorante é alguém que ignora, é assim que a palavra surgiu. A raiz é "ignor". A pessoa ignorante é alguém que vai ignorando alguma coisa essencial. Desse jeito a pessoa instruída é a pessoa mais ignorante, porque ela sabe sobre o céu e o inferno e não sabe nada sobre ela mesma. Ela sabe sobre Deus, mas ela não sabe nada sobre quem ela é, e o que é essa consciência interior. Ela é ignorante porque ela está ignorando a coisa mais fundamental na vida: ela está ignorando a si mesma. Ela está se mantendo ocupada com o não-essencial. Ela é ignorante — cheia de conhecimento, mas completamente ignorante.

Não saber significa simplesmente um estado de não-mente. A mente pode ser instruída, a mente pode ser ignorante. Se você tem pouca informação você vai ser considerado ignorante; se você tem mais informação, você vai ser considerado instruído. Entre ignorância e conhecimento a diferença é de quantidade, de graus.A pessoa ignorante é menos instruída, isto é tudo; a própria pessoa instruída pode aparecer ao mundo como menos ignorante, mas elas não são diferentes, suas qualidades não são diferentes.

O Zen enfatiza o estado de não-saber. Não saber significa que alguém não é nem ignorante e nem instruído. Ele não é instruído porque ele não está interessado em mera informação e ele não é ignorante porque ele não está ignorando — ele não está ignorando a questão mais essencial. Ele não está ignorando o seu próprio ser, sua própria consciência.

Não saber tem uma beleza própria, uma pureza. É justamente como um espelho puro, um lago completamente silencioso refletindo as estrelas e as árvores na margem. O estado de não-saber é o ponto mais alto na evolução humana.

O conhecimento é apresentado à mente depois do nascimento físico. A sabedoria está sempre presente, assim como o coração sabe como bater ou uma semente sabe como germinar ou uma flor sabe como crescer, ou um peixe sabe como nadar. E é muito difícil saber sobre coisas. Então por favor não faça uma distinção entre conhecimento e sabedoria.

O estado de não-saber é realmente o estado de saber, porque quando todo conhecimento e toda ignorância desaparecem você pode refletir a existência como ela é. O conhecimento é adquirido depois do seu nascimento, mas o saber vem com você. E quanto mais conhecimento você adquire, mais e mais o saber começa a desaparecer porque ele vem coberto com conhecimento. Conhecimento é exatamente como poeira e sabedoria é como um espelho.

O coração do saber é agora. Conhecimento é sempre do passado. Conhecimento significa memória. Conhecimento significa que você conheceu alguma coisa, você experimentou alguma coisa, e você acumulou sua experiência. Sabedoria é do presente. E como você pode estar no presente se você está se apegando demais ao conhecimento? É impossível, você terá que parar de se apegar ao conhecimento. E conhecimento é adquirido, sabedoria é a sua natureza. Sabedoria é sempre agora — o centro do saber é agora. E o centro do agora?

A palavra "agora" é bonita. O centro dela é a letra "o", que é também um símbolo para zero. O centro do agora é zero, nada. Quando a mente não é mais, quando você é somente um nada, simplesmente um zero — Buda chama isto exatamente assim, shunya, o zero — então tudo o que o rodeia, tudo que está dentro e fora, é conhecido, mas conhecido não como conhecimento, , conhecido de uma maneira totalmente diferente. Assim como uma flor sabe como abrir, e o peixe sabe como nadar e a criança sabe como crescer no útero da mãe, e você sabe como respirar — mesmo quando adormecido, mesmo em coma, você continua respirando — e o coração sabe como bater. Essa é uma maneira totalmente diferente de saber, tão intrínseca, tão interna. Não é adquirida, é natural.

O conhecimento é conseguido na troca pelo saber. E quando você tem conhecimento, o que acontece com a sabedoria? Você tem conhecimento e você esqueceu a sabedoria. E a sabedoria é a porta para o Divino; o conhecimento é uma barreira para o divino. O conhecimento tem utilidade no mundo. Sim, ele o tornará mais eficiente, habilidoso, um bom mecânico, isto e aquilo; você pode conseguir uma profissão melhor. Tudo isto está aí e eu não estou negando. E você pode usar o conhecimento desse jeito; mas não deixe o conhecimento se tornar uma barreira para o Divino. Quando o conhecimento não for necessário, coloque-o de lado e mergulhe num estado de não-saber — que é também um estado de saber, real saber. O conhecimento é conseguido na troca pela sabedoria e a sabedoria é esquecida. Ela só tem que ser re-lembrada — você a esqueceu.

A função do Mestre é ajudar você a re-lembrá-la. A mente tem que ser re-lembrada, pois a sabedoria não é nada a não ser re-conhecimento, re-cordação, re-lembrança. Quando você se depara com alguma verdade, quando você vê um Mestre, e você vê a verdade do ser ser, alguma coisa dentro de você imediatamente a reconhece. Nem mesmo um único momento é perdido. Você não pensa sobre isto, se é verdade ou não — para pensar precisa-se de tempo. Quando você ouve a verdade, quando você sente a presença da verdade, quando você chega a uma comunhão com a verdade, alguma coisa dentro de você imediatamente a reconhece, sem nenhum argumento. Não que você aceite, não que você acredite: você reconhece. E isto não poderia ser reconhecido se já não fosse de alguma maneira conhecido, em algum lugar, profundamente dentro de você.

Essa é a visão fundamental do Zen.

"O seu irmãozinho já aprendeu a falar?"

"Oh, claro", respondeu Joãozinho. "Agora mamãe e papai estão ensinando-o a ficar quieto".

A sociedade lhe ensina conhecimento. Tantas escolas, colégios, universidades... todos com o objetivo de criar conhecimento, mais conhecimento, implantar conhecimento nas pessoas. E a função do Mestre é justamente o oposto: o que a sociedade fez a você o Mestre tem que desfazer. Sua função é basicamente antissocial, e nada pode ser feito a respeito disso. O Mestre está destinado a ser antissocial.

Jesus, Pitágoras, Buda, Lao Tzu, todos eles são antissociais , mas no momento que eles reconhecem a beleza de não saber, a vastidão de não saber, na inocência de não saber, no momento em que o sabor do não saber acontece a eles, querem compartilhar isto com outros, eles querem dividir isto com outros. E esse próprio processo é antissocial.

As pessoas me perguntam porque a sociedade é contra mim. A sociedade não é contra mim — eu sou antissocial. Mas eu não posso evitar isto. Eu tenho que fazer meu trabalho. Eu tenho que compartilhar o que aconteceu a mim, e nesse próprio compartilhar eu vou contra a sociedade. Sua própria estrutura está enraizada em conhecimento, e a função do Mestre é destruir conhecimento, a função do Mestre é destruir conhecimento e ignorância e trazer de volta à sua infância.

Jesus diz: A menos que vocês sejam como pequenas crianças, não entrarão no reino de Deus.

A sociedade, de fato, torna você desenraizado da sua natureza. Ela leva você para fora de seu centro. Ela o torna neurótico.

(...) A sociedade vai curando as pessoas normais. Toda criança nasce normal, lembre-se, então a sociedade a cura. Ela se torna hindu, muçulmana, cristã, comunista, católica... Existem vários tipos de neuroses no mundo... Você pode escolher, você pode optar por qualquer tipo de neurose que você queira. A sociedade cria todos os tipos; todos os tamanhos e formas de neuroses são viáveis, para todos os gostos.

O Zen cura você de sua normalidade. Ele o torna normal outra vez, ele o torna ordinário de novo. Lembre-se, ele não o torna um santo. Ele não o torna uma pessoa sagrada, lembre-se. Ele simplesmente torna você uma pessoa ordinária — leva-o de volta à sua natureza, de volta à sua fonte.

OSHO

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill