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segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Sobre o interesse de achar a verdadeira finalidade da vida

“Sem conhecer a finalidade da vida, minha própria existência não têm significação e toda ação de minha parte é destrutiva. Trabalho apenas para manter-me vivo; sofro, e a morte está à minha espera. Essa a norma da vida, mas qual a finalidade de tudo isso? Eu não sei. Já andei com grandes sabedores e com vários gurus; uns dizem isto, outros dizem aquilo. Que dizeis vós?

Fazeis esta pergunta com o fim de comparar o que fôr dito aqui com o que foi dito alhures?

“Sim, porque então poderei escolher, e minha escolha dependerá do que eu considerar verdadeiro”.

Pensais que a compreensão do verdadeiro é uma questão do opinião pessoal, e dependente de escolha?
Mediante escolha, descobrireis o que é verdadeiro?

“De que outra maneira achar o Real, se não for pela discriminação, pela escolha? Escutar-vos-ei com toda a atenção, e se o que disserdes me parecer interessante, rejeitarei tudo o que os outros disseram e traçarei o meu padrão de vida de acordo com o alvo que tiverdes estabelecido. É perfeitamente sincero o meu desejo de descobrir a verdadeira finalidade da vida”.

Senhor, antes de irmos mais longe, não achais importante perguntardes a vós mesmo se sois capaz de achar o verdadeiro? Faço esta pergunta com o devido respeito e sem nenhum intuito de diminuir-vos. A verdade é uma questão de opinião, de prazer, de satisfação? Dizeis que aceitareis o que vos parecer interessante, e isto significa que não estais interessados na verdade mas tão-só em busca daquilo que vos parecer mais satisfatório. Estais pronto a fazer sacrifícios, submeter-vos a compulsões, com o propósito de ganhar, no fim, uma coisa agradável. Estais em busca de prazer, e não da Verdade. A Verdade deve ser algo que paira acima de nossos gostos e desgostos, não? A humildade deve estar no começo de toda busca.

“É por isso que venho ver-vos, senhor. Eu estou realmente a buscar; recorro aos instrutores para que me ensinem o que é verdadeiro, e segui-los-ei de espírito humilde e contrito”.

Seguir é negar a humildade. Seguis, porque desejais êxito, ganho, no fim. Um homem ambicioso, por mais sutil e por mais oculta que seja a sua ambição, nunca é humilde. Obedecer à autoridade e erigi-la em guia, é destruir o discernimento, a compreensão. O cultivo de um ideal impede a humildade, visto que o ideal é a glorificação do “eu”, do “ego”. Como pode aquele que, de diferentes maneiras, dá importância ao “eu”, ser humilde? Sem a humildade, nunca poderá manifestar-se a realidade.

“Mas o interesse com que vim aqui é o de achar a verdadeira finalidade da vida”.

Se me é permitido dizê-lo, estais simplesmente enredado numa idéia, que se está tornando uma “fixação”. Isto é uma coisa de que temos de estar constantemente precavidos. No desejo de conhecer a verdadeira finalidade da vida, tendes lido muitos filósofos e procurado muitos instrutores. Uns dizem isto, outros dizem aquilo, e vós desejais conhecer a Verdade. Ora, desejais conhecer a verdade de que eles falam, ou a verdade a respeito de vossa busca?

“Quando fazeis uma pergunta direta, como está, sinto-me um pouco hesitante sobre o que responder.  Há pessoas que estudaram e “experimentaram” mais do que eu serei capaz de fazer em toda a minha vida, e seria uma absurda presunção de minha parte rejeitar o que eles dizem, que bem me poderia ajudar a descobrir o significado da vida. Mas cada uma dessas pessoas fala de acordo com sua própria experiência e às vezes se contradizem umas às outras. Os marxistas dizem uma coisa e as pessoas religiosas outra coisa completamente diferente. Ajudai-me, por favor, a achar a verdade a respeito de tudo isso”.

Perceber o falso como falso e a verdade contida no falso, e o verdadeiro como verdadeiro, não é fácil. A clara percepção requer que se esteja livre do desejo, que confunde e condicione a mente. Tão empenhado estais em achar o verdadeiro sentido da vida, que esse próprio empenho se torna um obstáculo à compreensão da vossa busca. Desejais saber a verdade relativa a tudo o que tendes lido e tudo o que vossos instrutores têm dito, não é assim?

“É, decididamente.”

Deveis então tornar-vos capaz de descobrir o que há de verdadeiro em todas essas asserções. Vossa mente deve tornar-se capaz de percepção direta; se não, ela se perderá no matagal das ideias, opiniões e crenças. Se vossa mente não tiver a capacidade de ver o que é verdadeiro, sereis como uma folha ao vento. Assim, o importante não são as conclusões e as asserções de outros, sejam eles quem forem, mas, sim, que possais discernir o que é verdadeiro. Não é esta a coisa essencial?

“Parece-me que sim; mas como adquirir esse dom?”

A compreensão não é um dom reservado a poucos, pois vem a todos os que se aplicam seriamente ao conhecimento de si mesmos. A comparação não produz compreensão; a comparação é mais uma forma de distração e, como o julgamento, é evasão. Para que se manifeste a Verdade, a mente deve atuar sem comparação, sem avaliação. Quando a mente está comparando, não está quieta, está ocupada. Uma mente ocupada é incapaz de percepção simples e clara.

“Isto significa, então, que preciso despojar-me de todos os valores que estabeleci, de todos os conhecimentos que acumulei.”

A mente não precisa ser livre para descobrir? O saber, a ilustração — as conclusões e experiências, próprias e dos outros, esta vasta carga de lembranças acumuladas — pode trazer a liberdade? Existe a liberdade, enquanto existe um censor, julgando, condenando, comparando? A mente nunca pode estar quieta, se está sempre adquirindo e calculando; e a mente não precisa estar quieta, para que possa surgir a Verdade?

“Percebo tudo isso, mas não estais exigindo demasiado, de uma mente simples e ignorante, qual a minha?”

Vós sois simples e ignorante? Se realmente o fosseis, encontraríeis um grande deleite no iniciar a verdadeira busca; mas infelizmente não o sois. A sabedoria e a verdade vêm ao homem que diz, verdadeiramente: “Sou ignorante, não sei.” São os simples, os inocentes, e não os que estão repletos de saber que verão a luz, porque eles são humildes.

“Eu só desejo uma única coisa, que é conhecer a verdadeira finalidade da vida, e vós despejais sobre mim uma catadupa de coisas que estão fora de meu alcance. Não podeis dizer-me, com palavras simples, qual é a verdadeira significação da vida?”

Senhor, tendes de começar com o que está muito perto de vós, para poderdes ir longe. Quereis a imensidão, sem verdes o que está pertinho de vós. Desejais conhecer a significação da vida. A vida não tem começar e acabar; ela é ao mesmo tempo Morte e Vida; é a folha verde e a folha seca levada pelo vento; é o Amor e sua beleza infinita; é a tristeza da solidão e a suprema felicidade de “estar só”. Ela não pode ser medida, e a mente não pode descobri-la.  

Krishnamurti – Reflexões sobre avida


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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill