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terça-feira, 13 de novembro de 2012

A felicidade criadora não têm cotação no mercado


É só para aprendermos uma técnica e termos um emprego, uma profissão, que fazemos encher a nossa mente superficial com uma multidão de fatos e conhecimentos, não é verdade? É bem óbvio que no mundo moderno um bom técnico tem melhores possibilidades de ganhar a vida; mas, daí, que se segue? Um técnico está melhor aparelhado para enfrentar o complexo problema da vida do que quem não é técnico? A profissão é apenas uma parte da vida; mas há também as partes ocultas, sutis, misteriosas. O encarecer a importância de uma só, negando ou desprezando as demais, tem de levar, inevitavelmente, a uma atividade desarmoniosa e desintegrativa. É isso, precisamente, o que se está fazendo no mundo, hoje em dia, de onde o conflito, a confusão, a miséria, a se agravarem mais e mais. Existem, naturalmente, umas poucas exceções, os que são criadores, felizes, os que estão em contato com algo que não é de fabricação humana, os que não dependem das coisas da mente.

Tanto vós como eu temos, intrinsicamente, a capacidade de ser felizes, criadores, de entrarmos em contato com algo existente fora do alcance dos tentáculos do tempo. A felicidade criadora não é um dom reservado a poucos; e por que, então, a grande maioria não conhece essa felicidade? Por que razão alguns parecem estar em contato com a realidade profunda, apesar das circunstâncias e acidentes? Por que é que uns são maleáveis, flexíveis, e outros permanecem rígidos e são destruídos? Apesar de todos os seus conhecimentos, alguns conservam sempre aberta a porta que leva àquilo que ninguém, que livro nenhum pode nos dar, enquanto outros são asfixiados pela técnica e pela autoridade. Por que isto? É bastante claro que a mente deseja estar empenhada e estabilizada em alguma espécie de atividade, desprezando coisas mais amplas e profundas, porque aí ela se sente em terreno mais firme; e, assim, a sua educação as suas práticas, as suas atividades são estimuladas e mantidas em tal nível, e sempre se encontram escusas para não se passar além dele.

Antes de serem contaminadas com a chamada educação, muitas crianças se acham em contato com o “desconhecido”, como o demonstram por várias maneiras. Mas o ambiente não tarda a fechar-se em torno delas, e depois de uma certa idade perde-se aquela luz, aquela beleza que não se acha em nenhum livro ou escola. Por quê? Não digais que a vida é exigente demais, que ela têm de enfrentar duras realidades, que é seu destino, seu karma, que é a culpa dos pais; tudo isso é puro absurdo. A felicidade criadora é para todos. A felicidade criadora não têm cotação no mercado; não é uma mercadoria que se vende a “quem dá mais”, mas, sim, a única coisa que pode ser de todos.

É realizável a felicidade criadora? Isto é, pode a mente pôr-se em contato com aquilo que constitui a fonte de felicidade? E esse contato pode ser sempre mantido, a despeito do saber e da técnica, a despeito da educação e das exigências da vida? Pode — mas só quando o educador se educa para essa realidade, quando aquele que ensina está também em contato com a fonte da felicidade criadora. Nosso problema, pois, não é o discípulo, o jovem, mas o mestre e o pai. A educação só é um círculo vicioso quando não se percebe a importância, a necessidade essencial e primacial dessa felicidade suprema. Afinal, estar aberto para a fonte de toda felicidade é a mais sublime religião; mas, para se conhecer essa felicidade, é preciso dar-lhe atenção correta, como se dá aos negócios. A profissão de mestre não é uma rotina, porém, antes, a expressão de uma beleza e felicidade que não podem ser medidas em termos de realização e sucesso.

Perdida está a luz da Realidade, e perdida as suas bênçãos, quando a mente, que é a sede do “eu”, assume a direção. O autoconhecimento é o começo da sabedoria. Sem autoconhecimento, o saber leva à ignorância, à luta e ao sofrimento.

Krishnamurti – Reflexões sobre a vida
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill