1 - Qual a finalidade da educação? Não seria a
finalidade da educação ajudar o aprendiz, a se tornar cônscio de todas as
formas de condicionamento impostas pelas tendências nacionalistas, pelos
preconceitos das crenças religiosas - para delas se libertar?
2 – A educação verdadeira é a que liberta a mente do
aprendiz de seu condicionamento e, por conseguinte, da sociedade. O aprendiz que
está liberto da sociedade, uma vez que está livre de condicionamento, agirá
pela sua maneira própria de ser, e sua ação, por sua vez, influirá na
sociedade. Como você vê essa afirmação?
3 – A função da educação é preparar o aprendiz para
compreender o inteiro “processo” da vida. Ter emprego e ganhar o próprio
sustento é necessário; mas, isso é tudo?
Se meramente preparamos o aprendiz para apenas ganhar o sustento através de uma
especialização, o mesmo perderá o significado essencial da vida; e compreender
a vida importa muito mais do que simplesmente se preparar para vestibulares e
conseguir um espaço no mercado de trabalho. Estamos constrangendo o aprendiz ou
ajudando-o a descobrir sua verdadeira
vocação? Estamos estimulando sua iniciativa, ou obrigando-o a obedecer a um
método, uma especialização?
4 – Muitos de nós passamos em vestibulares, achamos um
emprego, nos casamos, geramos filhos, e nos tornamos cada vez mais semelhantes
a máquinas previamente programadas. Permanecemos medrosos, ansiosos, assustados
diante da vida. Assim, não seria a função do educador ajudar o aprendiz a
compreender o inteiro processo da vida, ou consiste meramente em prepará-lo
para ser mais um “caçador de profissão”?
5 – O aprendiz pode conquistar graus, acrescentar uma
série de folhas de papel com estampilhas douradas em sua parede, acrescentar
uma certa denominação antes do próprio nome e conseguir uma boa colocação no
mercado de trabalho; mas, e daí? Qual o sentido de tudo isso se, nesse
“processo”, a sua mente se torna embotada, programada e medíocre? Você alguma
vez já meditou que talvez a razão da revolta do aprendiz possa ser um pedido de
ajuda para que possa quebrar a compulsão
social do ajustamento, da padronização e da especialização?
6 – Não deve o educador ajudar o aprendiz a descobrir
o que realmente gosta de fazer, de modo que, do começo ao fim da sua vida,
esteja trabalhando em algo que lhe faça sentir valioso e ter, para si, profunda
significação? Do contrário, não será o mesmo, até o fim dos seus dias, um ser
digno de lástima? Quando o ser humano não sabe o que gosta de fazer, sua mente
cai numa rotina, onde só encontra tédio, estagnação e conflitos. Eis o por que
de ser tão importante ajudar o aprendiz a compreender o que realmente gosta de fazer.
Você concorda que esta é a única maneira de se criar uma nova sociedade?
7 – O aprendiz chega assustado, nervoso, ansioso para
agradar ou na defensiva; condicionado pelos pais e pela sociedade...Como está
sendo recebido? Incondicionalmente? Estamos interessados no que ele realmente
é? Estamos interessados em entender suas origens e a bagagem emocional que traz
consigo ou estamos jogando sobre ele nossas dúvidas, conclusões, comparações,
medos, métodos e julgamentos?
8 – Estamos trabalhando para que o aprendiz
evolua na compreensão ou para mantê-lo consumidor, viciado, dependente da
cartilha padronizada pelo método? O novo saber só se consegue à custa da
investigação. Estamos incentivando o aprendiz a buscar pelo novo ou apenas
postulando padrões, para poder botar a culpar no sistema e depois lavar as mãos?
9 - Se examinarmos a
alma de qualquer aprendiz, veremos que tem em si um forte impulso para a
investigar o preestabelecido. No entanto, após receber a milésima chibatada dos
professores e pessoas significativas de sua vida, se vê ameaçado de perder
todos os amigos, deixa-se dominar pela preguiça de pensar por conta própria e
também pelo medo de ser crucificado pela sua própria comunidade. Então, troca
suas mais sinceras inquietudes por um pedaço de papel com uma estampilha
dourada, acompanhado de um punhado de moedas de ouro e um respeito cego que se
apóiam outros respeitos cegos. Como você analisa esta afirmação?
10 - Para que o
educador atual possa alcançar o novo, e dar um salto quântico, terá que se
defrontar consigo mesmo, olhar profundamente para as bases de sua própria
existência e seu sistema de crenças. E para isto, será necessário abandonar os
velhos dogmas e se debruçar sobre a nudez da educação. Como você analisa esta
afirmação?
11 – O educador que não pede nada para si mesmo, que não usa a
educação como meio de adquirir posição, poder ou autoridade - que está
realmente ensinando não para o lucro, não segundo uma certa linha, mas que está
se dedicando, crescendo, despertando a inteligência no aprendiz porque está
cultivando a inteligência em si mesmo - tal educador tem o lugar principal na sociedade.
Eles só podem ter integridade moral, estar livres do desejo de poder, posição e
autoridade quando não pedem nada para si mesmos, quando estão além e acima da
sociedade, não estão sob o controle dos governos e são livres da compulsão da
ação social que é sempre ação segundo um padrão. Como você analisa esta
afirmação?
12 – O problema atual da sociedade não é tanto o
aprendiz - mas o educador. E educar o educador é muito mais difícil do que
educar o aprendiz, porque o educador já
está conformado e fixado. Ele funciona dentro de uma rotina porque não está
realmente preocupado com o processo do pensamento, com o cultivo da
inteligência. Ele está somente fornecendo informação e o homem que simplesmente
dá informação quando o mundo todo está desabando a sua volta seguramente não é
um educador. Encarar a educação somente como um meio de vida, explorar o
aprendiz em proveito próprio parece-me contrário ao propósito real da educação.
Como você analisa esta afirmação?
13 - O educador precisa estar além dos limites da
sociedade e de suas exigências para ser capaz de criar uma nova cultura, uma
nova estrutura, uma nova sociedade; mas atualmente estamos apenas preocupados
com a técnica de como educar o aprendiz sem cultivar a inteligência do educador
- o que parece completamente fútil. Estamos agora principalmente preocupados
aprender uma técnica e aplicar esta técnica ao aprendiz e não com o cultivo da
inteligência, que o ajudará a lidar com os problemas da vida. Como você analisa
esta afirmação?
14 - É importante para o educador não simplesmente
implantar certos ideais e transmitir apenas informação, mas empenhar todo o
pensamento, todo o cuidado, toda a afeição para criar o ambiente certo, a atmosfera
certa, de maneira que quando o aprendiz chegar à maturidade seja capaz de lidar
com qualquer problema humano que surja. A educação só pode ser transformada
educando o educador e não meramente criando um novo padrão, um novo sistema de
ação. Como você analisa esta afirmação?
15 - A função da educação é produzir um indivíduo
integrado capaz de lidar com a vida inteligentemente - de maneira completa, não
parcialmente como um técnico ou um especialista. Mas o indivíduo não pode ser
integrado se estiver meramente perseguindo um padrão especialista de ação. Como
você analisa esta afirmação?
16 - A maioria de nós aprende uma técnica, mas tem
muito pouco a dizer. Negligenciamos, descuidamos a capacidade de descobrir por
nós mesmos; temos todos os instrumentos da descoberta, mas não descobrimos nada
diretamente. Ao seguirmos uma determinada técnica ou método, perdemos nossa
autenticidade, nossa originalidade e abrimos mão de nosso potencial criativo. Assim,
o problema é como ser criativo, o que engendra sua própria técnica. Como você
analisa esta afirmação?
17 - A sabedoria começa com o autoconhecimento e sem
autoconhecimento a mera informação leva à destruição. Sem autoconhecimento o
avião torna-se o mais destrutivo instrumento da vida, mas com autoconhecimento
é um meio de ajuda humana. Assim o educador deve ser alguém que não está preso
nas garras da sociedade, não joga o jogo
do poder dos políticos, não procura posição ou autoridade. Ele descobriu em
si mesmo aquilo que é eterno e por isso é capaz de compartilhar este
conhecimento que ajudará outro a descobrir seus próprios meios de iluminação.
Como você analisa esta afirmação?
18 – Não imitar, porém descobrir: isto é que é
educação. É muito fácil fazer com que o aprendiz se ajuste ao que a sociedade
ou os pais e mestres lhe ensina. É uma maneira segura e fácil de existir; mas
isso não é viver, porque, aí, existe o medo, estagnação e conflito. “Viver em
segurança” significa, geralmente, viver na imitação e, por conseguinte, no
medo. Viver é descobrir por si mesmo o que é verdadeiro; e isso só é possível
quando existe liberdade e essa só pode existir quando existe em nós, uma
contínua revolução interior. Mas, isso não lhe é estimulado; ninguém lhe ensina
a duvidar, a descobrir por si mesmo o que é Deus, porque, se ele se rebelar se
tornará um perigo para tudo que é falso. Não seria a função do educador, ajudar
o aprendiz a viver livre e sem medo?
19 – Consiste a função do educador, meramente, em
ajudar o aprendiz a se conformar e se ajustar a esta corrupta ordem social
vigente, ou é sua função dar-lhe liberdade completa de pensamento, para crescer
e criar uma sociedade diferente?
20 – Somente aqueles que se acham em constante revolta
interior, psicológica, descobrem o que é verdadeiro e não o aprendiz que se
ajusta, que se conforma, que segue uma certa tradição. Somente quando se está
investigando constantemente, observando constantemente, aprendendo
constantemente, pode o aprendiz experimentar por si mesmo o que seja a Verdade,
Deus ou o Amor. Assim, a função do educador, não seria a de erradicar, tanto
interior como exteriormente, esse medo que destrói o pensamento humano, as
relações humanas e o amor?
21 – No mundo inteiro, tudo está se tornando cada vez
mais controlado pelos governos, pelos políticos, pelas autoridades religiosas,
que desejam moldar nossas mentes e nossos corações, que querem que pensemos de
certa maneira e que manipulam a educação. Toda educação verdadeiramente
revolucionária é criada por uns poucos que enxergam o que é verdadeiro e estão
prontos a viver de acordo com esta verdade. Mas, o descobrir do verdadeiro
requer que estejamos libertos da tradição e dos métodos, e, portanto, libertos
de todos os temores. Como você analisa esta afirmação?
22 – Educação é facilitar um terreno fértil para que
cada um encontre sua palavra. Cada um é seu livro de estudo, basta ir virando
as suas próprias páginas. É preciso ajudar a despertar a excelência humana.
Como você analisa essa afirmação?
23 – Cuidar do Ser é despertar o terapeuta interior
que existe em nós! Como você analisa
essa afirmação?
24 – Qual é a pergunta que te faz levantar todos os
dias? Qual é o teu desejo mais profundo? O que te faz arrepiar? O que te faz
maravilhar? O que te trás contentamento?
Fonte bibliográfica para maior aprofundamento:
1.
O drama da criança
bem-dotada – Como os pais podem formar ou deformar a vida emocional de seus
filhos. Autora:
Alice Miller - Editora: Summus Editorial – 112 páginas
2.
Curando
a vergonha que impede de viver
Autor: John Bradshaw – Editora: Rosa dos Tempos – 350 páginas
Autor: John Bradshaw – Editora: Rosa dos Tempos – 350 páginas
3. Volta Ao Lar – Como resgatar e defender sua criança
interior
Autor: John Bradshaw – Editora: Rocco – 342 páginas
Autor: John Bradshaw – Editora: Rocco – 342 páginas
4. Pais Tóxicos – Como
superar a interferência sufocante e se recuperar
Autor: Craig Buck e Susan Forward – Editora: Rocco
Autor: Craig Buck e Susan Forward – Editora: Rocco
5. Escola sem sala de aula
Autor: R. Semler / G. Dimenstein / Antonio C. G. da Costa – Editora: Papirus – 144 Páginas
Autor: R. Semler / G. Dimenstein / Antonio C. G. da Costa – Editora: Papirus – 144 Páginas
6. A Pedagogia do Ser - Educação dos sentimentos e dos
valores humanos
Autora: Dulce Moreira Sampaio – Ed. Vozes – 160 Páginas
Autora: Dulce Moreira Sampaio – Ed. Vozes – 160 Páginas
7. A CULTURA E O PROBLEMA HUMANO
Autor: Krishnamurti – Editora Cultrix – 220 páginas
Autor: Krishnamurti – Editora Cultrix – 220 páginas
8. A Educação e o significado da vida
Autor: Krishnamurti – Editora Cultrix – 129 páginas
Autor: Krishnamurti – Editora Cultrix – 129 páginas
9. Palestras com estudantes americanos
Autor: Krishnamurti – Editora Cultrix – 147 páginas
Autor: Krishnamurti – Editora Cultrix – 147 páginas
10. Sobre aprendizagem e conhecimento
Autor: Krishnamurti – Editora Cultrix – 160 páginas
Autor: Krishnamurti – Editora Cultrix – 160 páginas
11. Cartas as Escolas – A arte de aprender
Autor: Krishnamurti – Editora Terra sem Caminho – 256 páginas
Autor: Krishnamurti – Editora Terra sem Caminho – 256 páginas
12. O Despertar da Sensibilidade
Autor: Krishnamurti – Editora Estampa – 272 páginas
Comentários sobre o ViverAutor: Krishnamurti – Editora Estampa – 272 páginas
Autor: Krishnamurti – Editora Cultrix – 228 páginas