Se você se sente grato por este conteúdo e quiser materializar essa gratidão, em vista de manter a continuidade do mesmo, apoie-nos: https://apoia.se/outsider - informações: outsider44@outlook.com - Visite> Blog: https://observacaopassiva.blogspot.com

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

O que chamais intuição bem pode ser a projeção de vosso próprio desejo

PERGUNTA: Concordo convosco que a ciência não nos trouxe a felicidade. Tenho procurado estar receptivo, intuitivo e pronto para receber os sinais procedentes do interior. Estou na boa trilha?

            KRISHNAMURTI: Para compreender-se esta pergunta, precisamos compreender o que entendemos por consciência; porque, o que chamais intuição bem pode ser a projeção de vosso próprio desejo. Há muitas pessoas que dizem “creio na reencarnação. Sinto que ela é um fato. Minha intuição me diz”. Isso é evidentemente o desejo que essas pessoas têm de prolongarem, de continuarem a própria existência. Temendo tanto a morte, querem ter a garantia de que há uma outra vida, uma nova oportunidade, etc., etc. Por essa razão sentem “intuitivamente” que a sua crença é correta. Nestas condições, para compreender-se esta pergunta, precisamos compreender o que se entende por “interior” e “exterior”. É possível receberem-se comunicações procedentes do interior, quando viveis a demandar um fim, quando quereis chegar a um alvo, cultivar uma qualidade, quando desejais ser felizes? Certo, para receber comunicações do interior, deve a mente, a mente superficial, ficar completamente livre de todas as complicações e preconceitos, de todo desejo, de todo nacionalismo; do contrário as vossas “intuições” vos transformarão no maior dos nacionalistas e num terror para o resto do mundo.
            Nosso problema, pois, consiste em sabermos como é possível receber-se a comunicação do desconhecido, sem a desfigurarmos, sem a traduzirmos no nosso padrão condicionado de pensamento.  Para o compreendermos, precisamos entrar na questão da consciência. Que é consciência? Que entendemos por “estar consciente”? Por Certo, dizeis “estou consciente” no momento em que experimentais algo, não é verdade? Quando ocorre uma experiência, não importa se agradável ou desagradável, há a percepção de estardes consciente de tal experiência. Daí, passais a dar o nome à experiência, a designá-la por um termo, não é assim? Dizeis que ela prazer, ou não é prazer, lembro-me disso, não me lembro daquilo. Vós lhe dais nome, pois. A seguir, a registrais na memória. Pelo simples processo de dar nome à experiência, vós a estais registrando. Estais-me acompanhando, ou tendes sono ainda? (Risadas).
            Ora bem; só existe consciência, quando tendes a experiência e a desiguais por um nome e a registrais. Não aceiteis o que estou dizendo; observai por vós mesmos e vereis que o processo é esse. Isso se está passando continuamente, em todos os níveis, consciente ou inconscientemente. E nos níveis mais profundos da consciência o processo é quase instantâneo, tal como no nível superior, com a diferença de que no nível superior existe escolha, no nível mais amplo e mais profundo dá-se o reconhecimento imediato, sem escolha. E a mente superior, ou superficial, só pode receber a comunicação depois de terminado o processo de dar nome e registrar; isso acontece quando o problema é muito importante ou muito difícil.
            Procurais resolver um problema, e não encontrais solução. Cessais então de pensar nele. No momento em que deixais de pensar nele, dá-se uma reação, uma comunicação, isso porque a mente, a mente consciente, já não está a lutar, a procurar solução. Está agora tranqüila. A exaustão pela fadiga é uma espécie de quietação. Pôr isso, fica a mente capacitada para receber a comunicação. Mas aquela intuição que a maioria das pessoas tem, representa, na realidade, o preenchimento dos próprios desejos. Esta a razão de tantas guerras, tantas crenças organizadas, tantos antagonismos e disputas; porque cada um julga tão verdadeira a própria intuição, que por ela está pronta a morrer ou a maltratar os outros.
            Parece-me que a pessoa que pensa estar seguindo a intuição, está no caminho errado; porque, para se ter plena compreensão, é necessário transcender a razão. Para transcender a razão razão, precisamos, primeiramente, conhecer o processo do raciocínio. Não podemos transcender uma coisa que desconhecemos; para a transcender, precisamos saber o que ela é. Precisamos compreender integralmente o significado da razão, a maneira de raciocinar, e a maneira de estudá-la; não podemos saltar por cima dela. Não quero dizer que para isso precisais de uma cerebração fora do comum, que precisais de ser um grande estudioso ou erudito. O que se necessita é probidade do pensar, clareza, o desejo ser acolhedor, de abrir as portas ao “que é”, sem receio sofrer. Desaparece, então, a barreira entre o interior o exterior. Mas, para que haja essa integração requer-se perfeita compreensão do processo mental.

Krishnamurti - Solução para os nossos conflitos
(Conferências, com perguntas e respostas, realizadas em Ojai, Califórnia,
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill