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segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Na comparação, na adaptação e na imitação encontra-se o medo

Muitos perguntam por que os seres humanos, que habitam esta terra há milhões de anos e são tão inteligentes em termos tecnológicos, não empregaram sua inteligência para livrar-se do complexo problema do medo, o qual talvez seja uma das razões para a guerra, para o fato de nos matarmos uns aos outros. E nenhuma das religiões do mundo foi capaz ainda de resolver o problema; e nem os gurus, nem os salvadores; nem os ideais. Portanto, parece claro que nenhuma instância externa — por mais elevada que seja, por mais popular que a propaganda a tenha tornado — nenhuma instância externa poderá jamais solucionar o problema do medo humano. 

Vocês estão perguntando, vocês estão investigando, vocês estão se debruçando sobre o problema total do medo. E talvez tenhamos aceito de tal forma o padrão do medo que não desejamos mais afastar-nos dele. Então, o que é o medo? Quais são os fatores que contribuem para provocar o medo? Da mesma forma como os pequenos fios d'água e riachos acabam produzindo o tremendo volume do rio, quais são as pequenas correntes que produzem o medo? Que produzem a enorme vitalidade do medo? Porventura uma das causas do medo é a comparação? O comparar-se com outra pessoa? Obviamente sim. A pergunta, portanto, é: será você capaz de viver uma vida sem se comparar com ninguém? Compreende o que digo? Ao se comparar com alguém, seja em termos ideológicos, psicológicos ou mesmo físicos, há o anseio de tornar-se aquilo; e há o medo de não conseguir. É o desejo de preencher e você teme não ser capaz de preencher. Onde há comparação haverá o medo. 

E então a pessoa se pergunta se é possível viver sem qualquer comparação, sem jamais se comparar, seja ela bonita ou feia, justa ou injusta, sem aproximar-se de um ideal, de algum padrão de valores. A comparação está sempre ocorrendo. Nossa pergunta é: será essa uma das causas do medo? Sem dúvida. E onde existe comparação haverá adaptação, haverá imitação. Nossa afirmativa, então, é a de que a comparação, a adaptação e a imitação são causas que contribuem para o medo. Pode alguém viver sem se comparar, sem imitar, sem adaptar-se psicologicamente? É claro que sim. Se esses são fatores que contribuem para o medo, e você está empenhado em acabar com o medo, em termos interiores não há comparação, o que significa que não há um vir-a-ser. O verdadeiro significado da comparação é vir a ser aquilo que você acredita ser melhor, mais elevado, mais nobre, etc. A comparação, por conseguinte, é um vir-a-ser.  Será esse um dos fatores do medo? Você precisará descobrir por si próprio. Em seguida, se esses forem os fatores, se a mente percebe esses fatores como produtores do medo, a própria percepção deles faz com que cessem as causas. Se uma dor de estômago é produzida por determinada causa física, a dor terminará quando se descobrir a causa. Do mesmo modo, onde quer que haja uma causa haverá uma cessação. 

Krishnamurti - Ojai, 8 de maio de 1982    

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill