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terça-feira, 31 de julho de 2012

Krishnamurti — Pensamento e Consciência

O pensamento é sempre uma reação externa, ele jamais pode reagir profundamente. O pensamento é sempre o externo; o pensamento é sempre um efeito, e pensar é a conciliação dos efeitos. O pensamento é sempre superficial, embora possa se localizar em diferentes níveis. O pensamento jamais pode penetrar o profundo, o implícito. O pensamento não pode ir além de si mesmo, e cada tentativa de fazer isso produz sua própria frustração.
“O que você quer dizer com pensamento?”
O pensamento é a resposta a qualquer desafio; o pensamento não é ação, execução. O pensamento é uma consequência, o resultado de um resultado; é o resultado da memória. Memória é pensamento e pensamento é a verbalização da memória. A memória é experiência. O processo do pensamento é o processo consciente, o oculto assim como o aberto. Todo esse processo de pensamento é a consciência; o desperto e o adormecido, os níveis mais superficiais e os mais profundos são, todos, parte da memória, da experiência. O pensamento não é independente. Não existe pensamento independente; “pensamento independente” é uma contradição em termos. O pensamento, sendo um resultado, opõe-se ou concorda, compara ou se ajusta, censura ou justifica, e portanto ele nunca pode ser livre. Um resultado jamais pode ser livre, ele pode deturpar, manipular, divagar, ir até certa distância, mas não pode se libertar de seu próprio ancoradouro. O pensamento está ancorado na memória e jamais pode ser livre para descobrir a verdade de qualquer problema.
“Você quer dizer que o pensamento não tem valor algum?”
Ele tem valor na conciliação dos efeitos, mas não tem valor em si mesmo como um meio para a ação. Ação é revolução, não conciliação de efeitos. A ação livre de pensamentos, idéias e crenças jamais está dentro de um padrão. Pode haver atividade dentro do padrão e essa atividade pode ser violenta, sangrenta ou o oposto; mas não é ação. O oposto não é ação, é uma continuação modificada da atividade. O oposto ainda está dentro do campo do resultado, e na busca do oposto o pensamento é apanhado na rede de suas próprias reações. A ação não é o resultado do pensamento, ela não tem relação com o pensamento. O pensamento, o resultado, jamais pode criar o novo; o novo é de momento a momento, e o pensamento é sempre o antigo, o passado, o condicionado. Ele tem valor mas não liberdade. Todo valor é limitação, ele tolhe. O pensamento é restringente, pois é valorizado.
“Qual é a relação entre consciência e pensamento?”
Eles não são iguais? Existe alguma diferença entre pensar e estar consciente? O pensamento é uma resposta; e estar consciente não é também uma resposta? Quando a pessoa está consciente daquela cadeira, é uma resposta a um estímulo; e a reação da memória a um desafio não é pensamento? É essa reação que chamamos de experiência. Experienciar é desafio e resposta; e esse experienciar, junto com a nomeação ou registro disso, esse processo total, em níveis diferentes, é consciência, não é? A experiência é o resultado, a consequência da experienciação. O resultado recebe um termo; o próprio termo é conclusão, uma das muitas conclusões que constituem a memória. Esse processo de conclusão é consciência. A conclusão, o resultado, é a consciência de si mesmo. O Eu é memória, as muitas conclusões; e o pensamento é a reação da memória. O pensamento é sempre uma conclusão; pensar é concluir, e, portanto, nunca pode ser livre.
O pensamento é sempre o superficial, a conclusão. A consciência é o registro do superficial. O superficial se separa como o externo e o interno, mas essa separação não torna o pensamento menos superficial.
“Mas não existe algo além do pensamento, além do tempo, algo que não seja criado pela mente?”
Ou lhe contaram sobre esse estado, você leu sobre ele ou existe a experienciação dele. A experienciação dele nunca pode ser uma experiência, um resultado; ele não pode ser conjeturado – e se for, será uma lembrança, não uma experienciação. Você pode repetir o que leu ou ouviu, mas a palavra não é a coisa; e a palavra, a própria repetição, impede o estado de experienciação. Aquele estado de experienciação não poderá existir enquanto houver pensamento; o pensamento, o resultado e o efeito jamais podem conhecer o estado de experienciação.
“Então, como o pensamento pode acabar?”
Perceba a verdade que o pensamento, o resultado do conhecido, jamais pode existir no estado de experienciação. A experienciação é sempre o novo; pensar pertence sempre ao velho. Veja a verdade disso e ela lhe trará a libertação – libertação do pensamento. Do resultado. Então haverá aquilo que está além da consciência, que não é dormir nem acordar, que é sem nome: aquilo é.
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill