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domingo, 29 de julho de 2012

Krishnamurti - Por que minha mente vagueia?

Minha mente vagueia. Por que? Quero pensar num quadro, numa frase, numa idéia, numa imagem, e, quando estou pensando, vejo que minha mente fugiu para a estrada de ferro ou para alguma coisa que aconteceu ontem. O primeiro pensamento foi-se, e outro lhe tomou o lugar. Por isso, examino cada pensamento que surge. Isso é inteligente, não acham? Façam esforços para fixar o pensamento nalguma coisa. Por que fixá-lo? Se vocês se interessam pelo pensamento que surge, ele lhes revela o seu significado. O divagar da mente não é distração — não lhe deem nenhum nome. Sigam a divagação, a distração, averiguem porque foi que a mente divagou; sigam-na, penetrai-a a fundo. Compreendida completamente uma determinada distração, ela se extingue. Se surge outra, sisam-na também. A mente é constituída de inúmeras exigências e desejos; e quando vocês os compreendem, ela é capaz de um percebimento em que não há conclusão de nada. Concentração é exclusão, resistência a alguma coisa. Tal concentração é a mesma coisa que colocar antolhos — é evidentemente inútil, não conduz à realidade. Quando uma criança tem interesse num brinquedo, não há distração...
Toda concentração é exclusiva. Nessa exclusão concentrada, nada pode penetrar o desejo de vocês serem alguma coisa. Assim, a concentração, por tantos praticada, é a negação da verdadeira meditação. Meditação é o começo do autoconhecimento, e sem autoconhecimento não podemos meditar. Sem autoconhecimento de nada vale a meditação de vocês, não passa de uma fuga romântica. A concentração, pois, que é um processo de exclusão, não pode abrir a porta àquele estado mental na qual não há resistência. Se resistem ao seu filho, não podem compreende-lo. Vocês devem estar abertos para todas as suas excentricidades, todos os seus caprichos. Análogamente, para compreender a vocês mesmos, devem estar atentos a cada movimento da mente, a cada pensamento que surge. Todo pensamento que aparece implica algum interesse  —  não o condenem chamando-o de distração: sigam-no de maneira completa. Vocês desejam se concentrar no que está sendo dito, e a mente de vocês foge para o que um amigo disse ontem à noite. A esse conflito vocês chamam de distração. Por isso dizem: “Ajude-me a aprender a concentração, a fixar a minha mente numa só coisa”. Mas, se compreenderem o que causa a distração, não haverá necessidade de tentarem se concentrar: tudo o que fizerem será concentração. O problema, portanto, não é a divagação, mas porque a mente divaga. Quando a mente vagueia para longe do que se está dizendo, isso significa que vocês não estão interessados no que está sendo dito. Se vocês tem interesse, não estão distraídos. Vocês pensam que devem se interessar num retrato, numa idéia, numa conferência, mas o interesse de vocês não está nisso; por essa razão a mente vagueia em todos os sentidos. Porque vocês não reconhecem que não tem interesse, deixando a mente divagar? Quando não estão interessados, é um desperdício de energia fixar a mente, pois isso só cria um conflito entre o que pensam que deverião ser e o que existe realmente. Isso é o mesmo que um automóvel rodando com os freios ligados. É fútil essa concentração. É uma exclusão, um empurrar para o lado. Porque não reconhecer logo a distração? Ela éum fato. Quando a mente fica tranquila, depois de resolvidos todos os problemas, ela se assemelha a um lago de águas serenas, no qual vocês podem se ver claramente. Não está ela tranquila quando presa na rede dos problemas, porque então recorrem à repressão. Quando a mente segue e compreende todos os pensamentos, não há distração, ela está serena. Só em liberdade pode a mente estar silenciosa, não na camada superficial, mas inteiramente. Quando está livre de todos os valores, da perseguição de suas próprias projeções, não há mais distração; e só então surge a realidade.
Krishnamurti – 20 de novembro de 1949 – O que estamos buscando? - ICK     
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill