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terça-feira, 26 de junho de 2012

Em busca de transcendência

Da inverdade da paixão pelo desejo,
ao desejo da paixão pela Verdade.

"Bem aventurados os puros de coração,
porque eles verão a Deus...
...Quando o olho for único,
o corpo inteiro será luz"


A concepção num lar de inverdades encobertas dá início a um processo de corrupção, o qual leva ao embotamento mental e ao abafamento do instinto intuitivo e do criativo, os quais só podem ser recuperados por meio de um incondicionado "processo de escuta". Isso nos deixou bem claro, Willian James, considerado por muitos como o pai da Psicologia Transpessoal, num de seus textos, como se segue abaixo:

"A 'prática' pode mudar nosso horizonte teórico, e isso de maneira dupla: pode levar-nos a mundos novos e assegurar-nos novos poderes. O conhecimento que jamais alcançaríamos, se continuássemos a ser o que somos, será atingido em consequência de poderes mais altos e de uma vida superior, que podemos lograr moralmente."

Caro confrade desperto, ao entrar nesta sala e ao se decidir percorrer o conteúdo de nosso Blog, antes, pedimos para que se certifique muito bem, de que você esteja buscando unicamente, tão somente, pela Verdade; que esteja igualmente pronto para assumir as posturas que lhe serão exigidas mediante o conhecimento da mesma, tendo em vista que, toda verdade percebida e não assumida, produz em nós, assim como no mundo que nos cerca, ansiedades, doenças, conflitos e corrupção. Esta sala nos apresenta um conteúdo o qual nos possibilita aquilo que poderíamos chamar de uma espécie de "tratamento de choque intensivo", o qual é capaz de erradicar — desde que para isso estejamos prontos — toda forma de inverdade que possamos estar trazendo conosco. A capacidade psíquica que distingue os adultos dos adolescentes, se faz perceptível pela abertura  à desilusão da pior verdade, do que à ilusão da melhor mentira. Portanto, aqui é preciso ter em mente que a Verdade não é democrática, não é negociável; como nos dizeres de Gandhi, "a verdade é dura e cortante como diamante, mas também é doce como a flor de pessegueiro".  

Se queremos saborear a doçura da Verdade, é preciso que "estejamos prontos" para fazer frente ao conhecimento da irreal realidade que apresentamos à nós mesmos e ao mundo, isso por meio da ação de um minucioso e destemido inventário de nossos condicionamentos, crenças, preconceitos, manias, tendências e inconfessáveis neuroses, bem como do espírito que move nossos diversos tipos de relacionamentos. Para que isso se mostre possível, se faz necessário ter-se caminhado por anos e décadas, naquilo que chamamos de o "deserto do real" — ter sentido na pele, as dores resultantes do tédio e da insatisfação com sua mesmice operante —  e, por meio desse doloroso e entediante caminhar, se mostrar profundamente "sedento por plenitude", consciente que essa plenitude não pode ser adquirida por meio de valores finitos da horizontalidade, mas sim, dos valores da Verdade, estes encontrados em última análise, no mais profundo de nossa interioridade, de forma direta, visceral e intransferível. Portanto, aqui, humildade é o que possibilita esse "estado de prontificação", o qual traz consigo, tanto o poder de observação direta, sem escolhas, como o resultante silêncio meditativo, características do estado de ser que precede a ação direta da bem-aventurança da Verdade. Sem o preenchimento das indispensáveis condições espirituais, não há como saber por experiência direta, o significado "Daquela Coisa Inominável" que nos brinda com a verdadeira liberdade do espírito humano, bem como com Felicidade, Liberdade e o estado de Amor-compaixão. Portanto, para que possamos viver a ação direta da Graça da Verdade, se faz previamente necessário que já tenhamos superado o antigo estado de entorpecimento do espírito, com sua característica alergia reativa ao auto-conhecimento, esta caracterizada por um estado de surdez psíquica e emocional.

Sem esse trabalho de base, sem a prática de um minucioso e destemido inventário de nossos condicionamentos, qualquer movimento ou prática que aponte para um possível contato com a Verdade, não passará de um ilusório e narcísico escapismo místico estratosférico — o qual nos mantém temporariamente com a cabeça nas nuvens cor-de-rosa do torpor da ilusão espiritualista e com os pés atados pela grossa e intrincada rede de condicionamentos autocentrados na busca da aquisição materialista, na inconsequente satisfação dos instintos ou na estagnante procura por respeitabilidade social.

Sem a ação imprescindível de um minucioso inventário  daquilo que temos por verdade, não há como se manifestar a consciência de todo processo como fomos "degenerados" e, sem essa conscientização, torna-se impossível a adoção das necessárias atitudes capazes de fazer frente ao "processo curativo" capaz de nos brindar com as qualidades genuínas e não corrompidas do gênero humano, nas quais se encontra uma capacidade da faculdade do uso mental e intuitivo, de forma tão criativa, nunca antes sequer imaginada. Esse "processo curativo" nos liberta da ilusão de preenchimento de nossa profunda ânsia interior, através de falíveis e passíveis criações do exterior, percepção essa muito bem relatada nas palavras de Willian Law:

"Embora DEUS esteja presente em toda parte, Ele só está presente para ti na parte mais profunda e central de tua alma. Os sentidos naturais não podem possuir a Deus nem unir-te a Ele; na verdade, tuas faculdades interiores de entendimento, vontade e memória só podem procurar alcançar a Deus, mas não podem ser o local de Sua habitação em ti. Existe, porém, em ti uma raiz ou profundeza da qual emanam todas essas faculdades, feito linhas que partem de um centro, ou feito galhos que parte do corpo da árvore. A essa profundeza dá-se o nome de centro, fundamento, fundo da alma. Tal profundeza é a unidade, a eternidade — eu diria quase a infinidade — de tua alma; pois é tão infinita que nada pode satisfazê-la, nem dar-lhe descanso senão a infinidade de Deus".
Outsider44


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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill