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domingo, 24 de junho de 2012

Amor e centramento são a mesma coisa

Pergunta a Osho:
Como uma mulher pode se apaixonar e ainda assim permanecer centrada em si mesma e preservar a própria individualidade?
Essa pergunta tem muitas implicações. Primeiro, você não entendeu o que significa estar centrado. Segundo, você também não viveu a experiência do amor. Posso dizer isso com absoluta autoridade, pois a sua pergunta fornece todas as evidências do que estou dizendo.

Amor e centramento são o mesmo fenômeno, não dois diferentes. Se você conheceu o amor, só pode estar centrada. Amar significa estar de bem com a existência. Isso pode acontecer por meio de um amante, por meio de um amigo ou de maneira direta e imediata — por meio do nascer do sol, do pôr do sol.

A própria experiência de amar deixará você centrada. Essa tem sido toda a filosofia dos devotos ao longo das eras. O amor é a ciência deles; o centramento é o resultado.

Mas existem pessoas — e só existem dois tipos de pessoas — que são dominadas pela lógica. O coração delas não se desenvolveu ainda. E existem pessoas cujo coração está florindo e a razão, a racionalidade só funcionam como servos do coração.

A desgraça do homem é que ele está tentando fazer o impossível: está tentando forçar o coração a servir a mente, o que é impossível. Esse é o seu caos, a sua complicação.

Essa pergunta surgiu da experiência comum a que chamam de amor. Não se trata de amor, ela só é chamada de amor — é só um vislumbre, uma amostrinha, que não vai nutrir a pessoa. Pelo contrário, esse amor vai se tornar um estado patológico, porque num momento você está no ápice e tudo está simplesmente maravilhoso e no outro tudo está negro e nada parece ter sentido na sua vida.

Todos esses momentos de amor parecem saídos de um sonho ou talvez sejam frutos da sua imaginação. E esses momentos sombrios andam de mãos dadas com os momentos mais belos. Essa é a dialética da mente humana. Ela funciona por meio de opostos.

Você amará um homem, mas por razões absolutamente equivocadas. Você amará o homem, ou a mulher, porque está carregando dentro de você uma imagem do outro. O menino se inspirará na mãe e a menina, no pai.

Todos os amantes estão em busca da mãe e do pai — em última análise, todos estão em busca do útero e do seu estado belo e relaxado.

Do ponto de vista psicológico, a busca eterna pela moksha, a libertação suprema, a iluminação, pode ser reduzida ao fato psicológico básico de que o ser humano já conheceu o estado mais belo e pacífico que existe antes de nascer. Agora, se algo maior não acontecer na vida dele, uma exposição ao divino, ao universal, ele se sentirá infeliz, porque — inconscientemente — a todo instante haverá um julgamento.

Ele sabe que viveu durante nove meses e, lembre-se de que, para a criança que está no útero, nove meses são quase uma eternidade, porque ela não sabe contar, ela não tem relógio. Cada momento é completo em si mesmo. Ela não sabe que haverá outro em seguida, por isso cada momento é uma surpresa. E sem preocupações, sem nenhuma tensão com respeito à comida, roupas, abrigo, ela está absolutamente à vontade, relaxada, centrada. Não há nada que a distraia do centro.

Não há ninguém nem mesmo para dizer olá.

Essa experiência de nove meses de centramento, de imensa alegria, paz, solidão.., o outro não está mais ali; o mundo se resume em você, você é o todo. Nada está faltando, tudo é suprido pela natureza, sem que seja necessário nenhum esforço da sua parte.

Mas a vida confronta você de uma maneira totalmente diferente — antagonicamente, competitivamente. Todos são seus inimigos, porque todo mundo está competindo; todo mundo é seu inimigo porque todo mundo tem os mesmos desejos, a mesma ambição. Você está sujeito a entrar em conflito com milhões de pessoas.

É por causa desse antagonismo interior que todas as culturas do mundo criaram um certo sistema de etiqueta, de familiaridade, de formalidade, e enfatizam continuamente esse sistema para a criança: "Você tem que respeitar o seu pai".

Todas as culturas do mundo inteiro, ao longo de toda a história, por que todas elas insistem que a criança tem que respeitar o pai? Existe a suspeita de que, se ela for deixada por si mesma, ela não vai respeitar o pai; isso é evidente, é pura lógica. Na verdade, a criança vai odiá-lo. Toda menina odeia a mãe.

Para esconder esse ódio — porque será muito difícil viver numa sociedade em que todas as feridas estão à mostra e todo mundo anda por aí com as feridas abertas —, um certo ethos, uma moralidade, um certo estilo de vida tem que encobri-las e mostrar justamente o oposto: que você ama a sua mãe, que você ama e respeita o seu pai.

Lá no fundo acontece exatamente o oposto.

Você foi dividido em dois pela sociedade. A parte falsa é merecedora de todo respeito, porque o falso é criado pela sociedade. Ao real é negado qualquer respeito, porque o real vem da natureza, que está além do controle de qualquer sociedade, cultura ou civilização.

Toda criança tem que ser treinada para mentir, tem que ser programada de modo a ser subserviente à sociedade, de modo a ser um dócil escravo. Todas as sociedades quebram a espinha de todas as crianças, por isso elas ficam sem eixo, sem personalidade. Não podem erguer a voz, não podem questionar nada. A vida delas simplesmente não lhes pertence.

Ela ama, mas o seu amor é falso. Desde o início, dizem que ela tem que amar a mãe, "porque ela é a sua mãe" — como se a condição de mãe tivesse alguma qualidade intrínseca ou implicasse na obrigação de que você devesse amá-la. Mas existe a aceitação geral de que a mãe tem que ser amada.

A minha ênfase é que a mãe seja amorosa e que jamais se diga a nenhuma criança que ela tem que amar alguém, a não ser que esse amor brote naturalmente. Sim, a mãe, o pai, a família pode criar um ambiente sem dizer coisa alguma; toda a energia pode gerar, pode desencadear as suas forças interiores de amor.

 Mas nunca diga a ninguém que o amor é um dever. Ele não é. O dever é um falso substituto do amor.

Quando você não consegue amar, a sociedade o supre com deveres. Eles podem ter a aparência de amor, mas por dentro não existe amor nenhum; pelo contrário, só existe formalidade social.

E você fica tão acostumado com as formalidades sociais que se esquece completamente de que existem coisas prestes a acontecer na sua vida, mas você está tão ocupado que não lhes dá espaço, não permite que o amor floresça dentro de você.

Por causa disso, você não sabe que centramento e amor são a mesma coisa.

O centramento atrai mais o intelectual. Não é preciso acreditar em nada; não há ninguém a quem você precise se render.

É por causa do outro que todo caso de amor termina em tragédia. Na literatura indiana, não existem tragédias. Nos meus tempos de estudante, eu perguntava para os meus professores, "Por que não existem tragédias na literatura indiana?" E nem um único mestre ou professor foi capaz de me dar uma resposta convincente. Eles simplesmente davam de ombros e diziam, "Você é estranho; faz cada pergunta! Estou nesta universidade há trinta anos e ninguém nunca me fez essa pergunta".

Eu dizia, "Para mim parece óbvio que a questão tem raízes profundas na cultura". Em todos os países, com exceção da Índia, existem tragédias — lindas histórias, romances, ficção — mas na Índia não existem. E isso porque a Índia é uma terra mais antiga que as outras. O povo aprendeu muitas coisas com a experiência, e uma delas é que não se deve falar do que não deveria existir; por isso não se fala em tragédias.

Essa lógica é compreensível. Se o ser humano sentir que a vida é sempre uma comédia, existe a possibilidade de que ele possa continuar enganando a si mesmo. Ele pode nunca contar a ninguém sobre os seus problemas, porque acha que ninguém tem problemas. Por que se expor ao ridículo? Se existe algo errado com você, não comente a respeito. Para que se expor a uma sociedade cruel que simplesmente rirá de você e provará que você é um idiota e não sabe viver?

Mas a coisa não é tão simples. Não se trata apenas de saber viver. É uma questão de, primeiro, deixar de lado tudo o que é falso em você.

O falso vem de fora. E quando tudo o que é falso é deixado de lado e você fica absolutamente nu diante da existência, o real começará a crescer em você. Essa é uma situação que precisa ser fomentada para que o real cresça, floresça, e lhe traga o significado supremo e a verdade da vida.

É preciso lembrar: você pode começar se centrando — no momento em que se centra você percebe subitamente que um amor imenso está fluindo — ou pode começar amando.

E no momento em que o seu amor não tiver ciúme, não tiver condicionamentos, mas for apenas o compartilhar da dança do coração, você viverá o centramento.

São os dois lados da mesma moeda. O centramento é um método mais intelectual, mais científico. O amor tem uma fonte diferente dentro de você — o seu coração. Ele é mais poético, mais estético, mais sensível, mais feminino, mais bonito. E é mais fácil do que se centrar.

A minha sugestão é: primeiro livre-se de todas as ideias falsas sobre o amor. Deixe que alguma coisa real cresça dentro de você e o centramento estará a caminho, a iluminação estará a caminho. Mas, se você achar muito difícil começar pelo amor, não se desespere. Você pode avançar por meio do centramento.

Pode chamá-lo de meditação, pode chamá-lo de consciência. Mas em cada caso, o resultado final é o mesmo: você estará centrado e transbordante de amor.

Osho, em "A Essência do Amor: Como Amar Com Consciência e se Relacionar Sem Medo"

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill